Na retomada da votação do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto que flexibiliza as normas para a criação de novos municípios, a bancada de Mato Grosso deve se unir no voto pela derrubada. Juntamente com o Pará, o Estado é um dos que mais deve ser impactados com a medida.
O veto entrou na pauta do Congresso há exatamente um mês, quando teve a votação obstruída por falta de quórum no Senado. Os parlamentares mato-grossenses, inclusive os da base aliada ao governo federal, prome- tem comparecer à sessão e votar pela derrubada do veto.
Cidinho Santos (PR), que assumiu a cadeira de Blairo Maggi (PR) recentemente, reúne-se com a bancada partidária que reúne republica- nos, PTB e PSC às 12h (horário de Brasília) para alinhar o posicionamento do grupo, mas já adianta que é favorável à criação de novos municípios. “Se não tivesse essa pos- sibilidade há alguns anos atrás, cidades pujantes como Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, por exemplo, não existiriam hoje. Tem que haver critérios, mas não podemos limitar o crescimento do país e dos estados”, explicou.
Apesar de seu partido pertencer à base aliada, o senador Pedro Taques (PDT), que sempre manteve postura independente, tende a votar, também, pela derrubada do veto. Já o senador Jayme Cam- pos (DEM), da ala oposicionista, não tem problemas em se mostrar favorável à criação de municípios e garante que chegará cedo à votação. “Particularmente, sou a favor. É uma medida muito interessante, mas tem que ter critérios, essas novas cidades não podem ser simplesmente apêndices de outras”, argumentou.
No entanto, diante do ocorrido na última votação, o clima ainda é de incerteza nos corredores do Senado. Isso porque desde a última sessão, no mês passado, acirraram-se os ânimos, principalmente entre PT e PMDB, na base aliada.
O projeto, relatado pelo senador Valdir Raupp, presidente da executiva nacional do PMDB, deve contar com apoio de toda a bancada de senadores do partido, que é a maior da Casa. Como na última sessão não pouparam críticas à atitude de Dilma, que usou como justificativa para o veto um custo de aproximadamente R$ 9 bilhões à União com a criação de novos municípios que não convenceu os parlamentares, a bancada petista acabou ficando de mãos atadas na defesa do governo e acabou modificando o voto na últi- ma hora, optando também pela obstrução.