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Bancada de Mato Grosso assume protagonismo no Congresso Nacional

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Marcado por votações polêmicas e um ritmo acelerado, o primeiro semestre deste ano deixou o Congresso Nacional no papel de protagonista do cenário político. Apesar de ser uma bancada pequena em comparação com a de outros estados, os parlamentares mato-grossenses têm aproveitado o momento e se destacado, tanto no debate político, quanto nas lideranças partidárias. “A gente tem tido uma bancada mais ativa, saindo daquela posição apagada”, avaliou o analista político João Edisom.

Ele lembra que há dois anos não se via os políticos de Mato Grosso na TV Câmara ou na TV Senado, por exemplo, durante as transmissões das sessões. “Quando aparecia era num intervalo para moção de apoio”, comentou. De acordo com ele, o fato de o Congresso ter ganhado celeridade dá oportunidade para deputados e senadores que têm melhor capacidade de argumentação se sobressaírem. “Devemos lembrar que é um momento novo que o Congresso passa, com matérias de grande relevância que impactam na vida do cidadão brasileiro que estão sendo discutidas aqui e a bancada de Mato Grosso não tem perdido tempo e nem espaço, temos sido combativos nos destaques”, explicou o coordenador da bancada federal de Mato Grosso, deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).

Deputado federal Valtenir Pereira (Pros) destacou que a Câmara dos Deputados entrou nessa legislatura com outro ânimo. O parlamentar lembra que em seu primeiro discurso, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ressaltou que quem quisesse vencer, deveria trabalhar para construir a maioria. “A velocidade aumentou e a gente entrou nesse ritmo”, disse o mato-grossense. Segundo o deputado federal Victório Galli (PSC), o respeito e o sentimento democrático impressos por Cunha aliados à nova safra de parlamentares que chegaram a Brasília com novas ideias, coragem e firmeza de posições, contribuem para o destaque do Legislativo.

Na atual legislatura, dos oito deputados federais, quatro foram reeleitos; Valtenir Pereira, Nilson Leitão (PSDB), Carlos Bezerra (PMDB) e Ságuas Moraes (PT); e os demais, Fonseca, Adilton Sachetti (PSB) e Fábio Garcia (PSB) ,com exceção de Galli que ocupava o posto de suplente na legislatura passada, desfrutam de seu primeiro mandato na Câmara. No Senado, apesar de ter apenas uma vaga em disputa no pleito do ano passado, a eleição do governador Pedro Taques (PDT) colocou seu suplente José Medeiros (PPS) como estreante na Casa, que já tinha Blairo Maggi (PR) e passou a contar com Wellington Fagundes (PR) fazendo sua estréia como senador.

Tanto novatos, quanto veteranos têm ocupado posições de destaque em seus partidos, a exemplo de Maggi, que responde pela liderança do PR no Senado, Leitão liderando o PSDB, Ságuas atuando como o segundo homem do PT, tomando a frente nas discussões da bancada, assim como Garcia no PSB e Valtenir no Pros. Fonseca ainda é cotado para assumir a liderança do PP. No cenário político, os mato-grossenses também se destacam na participação de várias comissões importantes e marcam presença com debates de temas macro.

Fonseca lembra que no início do ano houve uma reunião para definição, em conjunto, dos pontos importantes para Mato Grosso e também para que os parlamentares se distribuíssem em comissões importantes, dentro dos assuntos que cada um dominava. “Isso foi importante porque conseguimos estar presentes em quase todos os assuntos relevantes”.

Em seu segundo mandato, Leitão faz uma leitura positiva do grupo atual. “Não tenho dúvidas de que é uma das melhores bancadas dos últimos tempos, todos colocando seu nome à disposição de participar e fazer os debates que o Brasil precisa que seja feito, então não tenho dúvida que é uma bancada diferenciada”, ressaltou.

No Congresso desde 1991, Fagundes nota que existe um grande comprometimento de todos, eleitos e reeleitos, sincronizados com o momento político atual. “Eventuais destaques, portanto, podem ser atribuídos a uma sequência de bons legados”, afirmou. “Às vezes as pessoas têm a imagem de que no Legislativo não se trabalha, mas se trabalha muito. Tenho trabalhado como nunca trabalhei na vida, e olha que já trabalhei de servente de pedreiro. O desafio é muito grande porque nós fazemos parte de um time muito pequeno, você tem uma bancada como a de São Paulo, com 70 deputados, e nós somos 8 deputados e 3 senadores”, ponderou Medeiros.

Mesmo assim, Fagundes acredita que Mato Grosso está conseguindo demonstrar sua força no Congresso. “Basta verificar o histórico de cada um e veremos qualidade e qualificação de todos, absolutamente coerentes e comprometidos com aquilo que levaram aos eleitores como propostas. A atuação consistente da bancada de Mato Grosso passa, portanto, pela unidade de esforços e pensamento, mas, acima de tudo, uma atuação comprometida e responsável. Temos que louvar a competência dos nossos parlamentares. Maggi é uma voz ouvida no cenário nacional, Leitão é a voz da oposição. Nossos parlamentares tem tido esse protagonismo e, sem jogar confete, porque o que estou dizendo aqui é verdade, é a qualidade do nosso material político”, completou Medeiros.

Conforme o analista político João Edisom, o senador também tem se demonstrado uma grata revelação. João Edisom ainda aponta Sachetti como principal representante mato-grossense do agronegócio desde o senador Jonas Pinheiro e ressalta, em especial, a atuação de Leitão, marcando presença no cenário nacional. “Desde Antero Paes de Barros é a primeira vez que temos um parlamentar tão ativo”. Já os destaques negativos ficam por conta de Maggi e Ságuas, que estão mais apagados, segundo sua avaliação, e Bezerra, que mantém a mesma política.

Fabio Garcia ressalta que além da dinâmica do Congresso, votando projetos que estavam travados há anos, o fato da bancada estar trabalhando unida em prol de Mato Grosso é um fator que contribui para os resultados.Segundo Bezerra, não há divergência ou atrito na bancada. “Isso reflete na qualidade do trabalho, sem dúvida nenhuma, porque tem muito mais peso para reivindicar, quando você age unificadamente o peso é outro, muito maior”.

Conforme Fonseca, no que diz respeito à defesa, busca de recursos, trabalho em prol do Estado, todos estão unidos. “Todas as audiências que ocorreram aqui em Brasília, a bancada acompanhou o governador. Em momento algum houve discussão política partidária”.

Sachetti destaca que é preciso pensar que os parlamentares estão lá representando Mato Grosso. “Temos primeiro que pensar no nosso Estado e aí, aqueles que foram eleitos pela oposição, também pensam no Estado. Não podemos ficar colocando a política acima dos interesses”, disse.

Apesar dos destaques positivos em relação à pró-atividade da bancada, João Edisom pondera que os parlamentares ainda deixam a desejar em relação aos resultados alcançados até então.

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