Dos três senadores da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, apenas um assinou o requerimento de pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) solicitada pelo tetracampeão mundial pela Seleção Brasileira em 94 e hoje senador pelo Rio de Janeiro, Romário Farias (PSB). José Medeiros (PPS) foi um dos primeiros a assinar o documento, dando apoio à investigação na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) hoje presidida por Marco Polo Del Nero.
Já os senadores Blairo Maggi e Wellington Fagundes, ambos da bancada do PR, não assinaram o requerimento, que contou com apoio de 53 dos 81 parlamentares. O número obtido por Romário foi o suficiente para que os trabalhos de investigação na entidade que comanda o futebol brasileiro fossem abertos. No caso de Maggi, o ex-governador de Mato Grosso alegou que não é de seu perfil assinar CPI. Rejeita qualquer tipo de trabalho nesse sentido. Porém, por meio de sua assessoria de imprensa, ressaltou que irá acompanhar de perto os trabalhos, já que a CPI nasceu no Senado Federal.
Quando governava o Estado no início do ano 2003 até início de 2010, Maggi foi um dos poucos governadores a ajudar o futebol profissional de Mato Grosso. Na época, ele liderou a criação de um projeto de lei que dava suporte financeiro aos clubes da Primeira Divisão do Campeonato Estadual. A ajuda estendeu até o ano de 2012, quando o Ministério Público Estadual (MPE) entrou com uma ação de inconstitucionalidade para que o repasse financeiro aos times fosse cessado.
Por sua vez, Wellington Fagundes também não assinou a CPI, alegando que não foi procurado pelo autor do requerimento, no caso o ex-jogador Romário. O parlamentar destaca ainda que a não adesão por sua parte à investigação se deu também ao fato do documento ter conseguido atingir o número suficiente de apoiadores. Wellington e Blairo são torcedores do União Esporte Clube, o mais tradicional da cidade de Rondonópolis.
Efetivado no cargo de senador com a eleição de Pedro Taques ao governo de Mato Grosso, José Medeiros é favorável a CPI para investigar a CBF, que teve um dos envolvidos no caso de corrupção na Fifa, José Maria Marin, ex-presidente da entidade, preso na Suíça. De acordo com ele, o caso precisa ser investigado a fundo, já que não é de hoje que há suspeitas de corrupção no comando mais alto do futebol brasileiro.
Para Medeiros, a crise que abalou o mundo da bola e abriu uma enorme crise no esporte mundial, só veio a reforçar o que seu companheiro de parlamento, o ex-jogador Romário Farias, já vinha denunciado no Senado Federal. “É o momento para que não só o futebol mundial, mas o brasileiro seja passado a limpo. Darei todo o meu apoio para que a CPI obtenha resultado positivo no Senado Federal”, disse José Medeiros, por meio de sua assessoria de imprensa. Esta semana, a CPI da CBF irá intensificar os trabalhos com a convocação de dirigentes da CBF, presidentes das 27 federações e de diretores de clubes.
O senador Romário Farias defende a imediata renuncia do atual presidente da CBF Marco Polo Del Nero do cargo. O dirigente chegou ao alto posto da entidade com ajuda política de José Maria Marin que, por sua vez, sucedeu Ricardo Teixeira. Este último renunciou ao cargo em 2013 acusado de corrupção na própria confederação.