A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa, de forma positiva, o requerimento do senador Wellington Fagundes (PL) para que laboratórios fabricantes de vacinas animais possam produzir imunizantes contra a Covid-19 se receberem a transferência de tecnologia. A informação é do presidente da Agência, Antônio Barra Torres, que participou de uma audiência promovida ontem pela comissão temporária do Senado instalada para propor solução de combate à pandemia do novo Coronavírus.
Mais do que analisar, Barra Torres reconhece que “existe uma capacidade instalada” em três ou quatro laboratórios de vacinas animais e disse que a Anvisa considera a possibilidade “factível”. No entanto, ressaltou que “alguns investimentos serão necessários, pois há que se fazer determinadas elevações de nível de segurança biológica desses, por assim dizer, laboratórios, dessas áreas de fabricação vacinal (talvez algumas capazes de dominar o ciclo completo, outras não, talvez mais direcionadas à questão do envase), mas não é, na ótica da Anvisa, algo a ser descartado”.
Logo após a reunião da comissão que tem relatoria de Fagundes, o senador foi às redes sociais para informar que o grupo parlamentar fará visita in loco aos laboratórios que produzem vacina para saúde animal, classificados com nível de segurança NB3+, potencialmente utilizáveis para a produção de vacinas humanas contra a covid-19.
“É a esperança de produzir a vacina em escala e qualidade contra o vírus que vem matando o povo brasileiro. Destaco que, além dos representantes do Senado, deverão ser convidados representantes do Ministério da Saúde, da Anvisa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Instituto Butantan, para acompanhar a diligência, realizada a partir de um requerimento de minha autoria”, declarou.
Conforme Só Notícias informou, Fagundes, que é médico veterinário, disse que o Brasil tem capacidade de produzir até 400 mil doses de vacina contra o novo Coronavírus nos próximos três meses se a tecnologia de produção dos laboratórios como os da Fiocruz e do Butantan (únicos a produzirem a vacina no Brasil) forem repassadas para três superlaboratórios de vacina de saúde animal, que segundo o parlamentar, têm condições de biossegurança para a fabricação dos imunizantes.
Os dados, informou, estão num documento fornecido a ele pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) e já foi repassado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Thedros Adhanom.