sábado, 18/maio/2024
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"Amarrado" pela legislação Taques explica: "ladrão pode ser candidato; eu não"

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O procurador da República em São Paulo, Pedro Taques, mantém vivo o sonho de ser candidato ao Senado Federal, vem recebendo convites de quase todos os partidos políticos para ingressar na carreira política, mas ainda não se decidiu. Ele anunciou que poderá usar todo o período de tempo que a lei lhe faculta para tomar as duas decisões: se vai ser candidato e qual o partido. Para disputar a eleição, ele teria antes de solicitar exoneração do cargo. “Para você ver, um ladrão pode ser candidato. Eu não posso!” – lamentou.

Didático, Taques diz que não é candidato e usa as amarras da legislação para se esquivar da pressão em torno de uma definição. “Não sou candidato, candidato só após convenção. Hoje estou tranqüilo, decisão só no prazo normal – tem até dia 4 de abril para deixar o cargo, se filiar a um partido político” – disse.

Taques lembra que deixando o Ministério Público não volta mais, sai zero. “Mas diz que dinheiro não é tudo. Rondon atravessou o Estado a pé e não foi por causa de dinheiro. Foi o sonho. Dinheiro não é impediditivo, dinheiro é importante na vida, tenho de pagar escola, comer, viver, lembra, enfatizando que se deixar o poder judiciário pode viver como professor em Cuiabá, São Paulo e alguns estados. “Posso passar a viver professor. Se decidir entrar na vida político para ser útil ao Estado Mato Grosso” – completa.

Mantendo o suspense sobre seu futuro e a possível entrada na vida política, Pedro Taques alertou que tem até quatro de abril para decidir o que vai fazer. “Tenho um prazo legal. A lei tem de ser obedecida. Estou tranqüilo” – diz ressaltando que tudo na vida é política e que não vê problema em ingressar em uma nova carreira. 

“É uma hipocrisia acreditar que se estiver mandando carta a uma criança de cinco anos não é política. Hipocrisia é dizer que realizar concurso de miss não é política. Tudo é política. Se o homem de bem não entrar na política, não vamos melhorar este Brasil. Não sou pessoa de ficar sentada, temos de fazer o acontecer”, e completa que “no Brasil ladrão pode ser candidato, estuprador pode ser candidato, eu não posso ser candidato”, em referência a obrigatoriedade de pedir exoneração do cargo de Procurador Geral da República se quiser entrar na carreira política.

Ao participar do programa “Cidade Independente”, da Rádio Cidade FM, o procurador da Republica – reconhecido pela forma implacável de tratar os agentes públicos – evitou analisar o perfil dos eventuais nomes já colocados para disputar o Governo, como  Wilson Santos (PSDB), Silval Barbosa (PMDB) e eventualmente Mauro Mendes (PSB).  “Não gostaria de fomentar a conversa, me sinto habilitado para julgar quem quer que seja. Acerto de Estado é feito em evolução. Os políticos que ai estão vão deixar a carreira política, mas o Brasil e Mato Grosso vão continuar. Estado crescer através de projeto. Temos de pensar daqui 15, 20 anos. Eu penso que o Estado demora para acabar. Infelizmente as pessoas pensam só nas próximas eleições. Sobre Wilson Santos, conheço, não tenho problemas, existe dificuldades, problemas, mas é preciso lembrar que existe pontos positivos, como a Educação. O governo do Estado também existe avanço, mas não iniciou em 2002. É preciso parar de discutir pessoas, temos de discutir projetos para o futuro de nosso estado. Temos de parar de estabelecer se este presta ou  se este não presta.

Polido e ágil para escapar das cordas, Pedro Taques foi lacônico: “Resolvi que quero ser útil ao Estado de Mato Grosso. Professor é útil, policial militar é útil. Não necessariamente na política. Agora a política é interessante é fundamental, nos dá meios para construir. Sem um Estado descente não vamos ter uma vida melhor” – completou, mantendo o mistério.

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