O procurador do Estado e ex-deputado estadual Alexandre César (PT) corre o risco de perder o cargo após os telejornais da TV Globo mostrarem, na quinta-feira (24), um vídeo em que ele aparece recebendo maços de dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio César Corrêa Araújo, no Palácio Paiaguás.
Por meio de nota emitida nesta sexta-feira (25), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) afirmou que considera as imagens graves e aguardará a retirada do sigilo da delação de Silval Barbosa para, caso identifique alguma infração aos deveres do cargo público de procurador que Alexandre César exerce, tomar as providências cabíveis, que podem incluir a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que por sua vez, pode culminar com a demissão.
O vídeo em que o ex-deputado foi flagrado faz parte do acordo de delação premiada firmado entre Silval e o Ministério Público Federal (MPF), que já foi homologado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no início de agosto.
O dinheiro entregue a Alexandre César e a outros então deputados estaduais – Emanuel Pinheiro (PMDB), atual prefeito de Cuiabá, Luciane Bezerra (PSB), atual prefeita de Juara, Hermínio Barreto (PR) e Ezequiel Fonseca (PP), atual deputado federal, era uma espécie de “mensalinho” pago pelo ex-governador a parlamentares em troca de apoio na Assembleia Legislativa (ALMT), falta de fiscalização na gestão do Executivo e consequente complacência com os diversos esquemas que são alvos de processos criminais contra Silval Barbosa, conforme ele próprio.
Alexandre César afirmou que não teve acesso ao conteúdo da denúncia de Silval Barbosa em razão do sigilo judicial do processo e que, por conta disso, não tem condições de se manifestar a respeito, o que fará após tomar conhecimento dos autos.