O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, descartou hoje a possibilidade do partido lançar uma chapa “puro-sangue” nas eleições presidenciais deste ano. Essa chapa, segundo rumores que circularam nesta quarta-feira, seria composta por ele e pelo prefeito de São Paulo, José Serra. Um deles seria cabeça de chapa e o outro seria vice.
A formação de uma chapa “puro-sangue” seria a solução do PSDB para encerrar o impasse sobre a escolha do candidato do partido à Presidência da República. Alckmin já declarou publicamente a intenção de sair candidato pelo PSDB. Serra, que conta com a preferência da cúpula tucana, ainda não oficializou de público se está disposto a entrar na disputa.
Outra possibilidade, dentro da linha “puro-sangue”, seria Alckmin tentar a Presidência e Serra disputar o governo de São Paulo. Nesse caso, o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já foi cogitado como possível candidato à vaga de senador de São Paulo.
“Se depender de mim, não [terá uma chapa puro-sangue]. O Brasil não é um país bipartidário, é multipartidário. É preciso ter alianças”, disse Alckmin.
O governador evitou comentar hoje a possibilidade de Serra sair candidato ao governo de São Paulo. “Isso aqui não é decisão pessoal. É uma decisão de conjunto. Nós não devemos ficar falando sobre hipóteses. É uma coisa indelicada a gente ficar aqui especulando”.
Alckmin aproveitou para sinalizar que o PSDB está próximo de definir seu candidato à Presidência. “Não vejo razão para as coisas demorarem ainda mais. As coisas todas estão maduras para que já se tenha uma decisão. ”
Ele, no entanto, disse que ainda não há uma data para essa definição. “Não sei se é domingo, segunda ou sábado. Ainda não tem uma data.”
Apesar de sinalizar pressa, Alckmin não criticou o trabalho da cúpula tucana, que tem sido alvejada por postergar o processo de escolha de seu candidato. “Eles estão fazendo o trabalho que a direção deve fazer. Temos que aprender que a democracia é um processo dinâmico.”
Ele mais uma vez quis mostrar que o partido continua unido e que não sairá fatiado desse processo de escolha. “Isso é torcida equivocada”, disse ele se referindo à possibilidade de desagregação dos tucanos.
Governo de São Paulo
Alckmin aproveitou para criticar os petistas, que disseram que a indefinição do PSDB está ajudado o PT a crescer nas pesquisas de intenção de voto. “Sou da tese das sandálias da humildade. Há muita gente por aí de santo alto.”
Ele ignorou as pesquisas de intenção de voto que mostram que os possíveis candidatos tucanos estão em desvantagem do PSDB na sucessão para o governo de São Paulo. “O PSDB tem todas as condições para ter um bom candidato ao governo. Eu acredito muito no julgamento popular. Nós fizemos um bom governo e não há razão para que não tenha continuidade.”
Segundo ele, seu sucessor terá seu próprio estilo. “O interessante é que aqui em São Paulo você teve continuidade de estilo e não de pessoas. Teve o Mário Covas com seu estilo, o Geraldo com o seu e terá um terceiro com outro. Mas os princípios e os valores foram mantidos.”