O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prometeu nesta terça-feira, após ser anunciado candidato oficial do PSDB à Presidência da República, que vai trabalhar para devolver a ética e dignidade ao Brasil. “Banho de ética nesse País”, disse Alckmin, em clara referência aos escândalos de corrupção que surgiram no ano passado envolvendo o governo e o PT.
O anúncio oficial da candidatura de Alckmin foi feito pelo presidente do PSDB, Tasso Jereissati, depois de uma reunião da cúpula do partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a maior força de oposição ao Governo Lula.
Em seu discurso após ser indicado, Alckmin afirmou que a sua candidatura inicia uma grande marcha pela modificação, “para ser o instrumento do povo para a mudança”. “O Brasil não agüenta mais essa onda de corrupção que assolou o País. Não tenho dúvida que é com humildade, entusiasmo, energia, determinação que vamos iniciar uma grande jornada”, afirmou.
Alckmin disse ainda que o partido terá a firmeza necessária para empunhar a bandeira “do crescimento, do emprego, da renda, do salário e da ética”. “Eu rogo a Deus para que uma luz se acenda na consciência de cada cidadão pra que possamos efetivamente mudar”, finalizou o agora candidato do PSDB à Presidência da República.
O PSDB é o primeiro partido a anunciar oficialmente seu candidato para as eleições de outubro.
Alckmin, um médico de 55 anos, foi escolhido depois de uma disputa interna com o atual prefeito de São Paulo, José Serra, que até o último momento insistiu em se apresentar como a melhor alternativa para o PSDB.
Serra foi candidato à presidência em 2002, quando saiu derrotado por Lula, que venceu no segundo turno com pouco mais de 55% dos votos. Em suas primeiras palavras como candidato, Alckmin quis fazer uma “sincera homenagem” a Serra, a quem se referiu como “um dos políticos mais preparados do País”.
As eleições acontecerão em 1 de outubro e, embora Lula não tenha anunciado oficialmente se concorrerá a um segundo mandato, sua nova candidatura é dada como fato no ambiente político nacional.
Segundo as últimas pesquisas, feitas antes de o PSDB escolher seu candidato, se as eleições fossem hoje, Lula venceria Alckmin por uma diferença de 10 a 15 pontos percentuais.
O prefeito de São Paulo, José Serra, divulgou uma nota à imprensa nesta terça-feira, em que apóia o governador governador paulista, Geraldo Alckmin, indicado nesta tarde como candidato à Presidência da República pelo PSDB. Serra considerou Alckmin apto a vencer as eleições “e ser o próximo presidente”.
Confira a nota na íntegra:
“Quero agradecer, de coração, o imenso apoio de tantos brasileiros a uma possível candidatura minha à Presidência da República, apoio que se traduziu em uma posição de relevo nas pesquisas eleitorais feitas desde meados do ano passado. Creio que estas avaliações prestam reconhecimento do meu trabalho como ministro da Saúde e minha longa militância, coerência na vida pública e de minha atuação como perfeito de São Paulo.
Em segundo lugar, agradeço aos companheiros de meu partido e a muitas outras pessoas que me incentivaram a ser candidato à Presidência, convencidos de que esta seria a melhor opção para repor o Brasil no caminho do desenvolvimento da expansão do emprego, da austeridade e da moralidade da vida publica, pontos estes perdidos pelo governo do PT.
Coloquei-me a disposição do PSDB para assumir a candidatura se isso refletisse o desejo geral de todos os setores partidários. Surgiu, porém a necessidade de uma disputa interna em razão da legitima postulação do governador Geraldo Alckmin e do seu desejo de que fosse realizado algum tipo de prévia entre os militantes tucanos.
Isto, no entanto, traria sérios riscos de divisão no partido, a começar por São Paulo, servindo aos propósitos de nossos adversários.
O meu senso de responsabilidade política leva-me a me colocar acima de qualquer aspiração de pessoas com objetivo comum, que é dar um novo rumo ao País. Por isso, e por considerar Alckmin habilitado para vencer a eleição e ser o próximo presidente, cerro fileira com o partido, em torno de sua candidatura.”