A agenda telefônica do celular do empreiteiro Valdebran Padilha, expulso do PT de Cuiabá por causa do envolvimento no dossiêgate, incluia deputados e senadores, além de diversas prefeituras mato-grossenses. A agenda de Valdebran consta no inquérito do dossiê antitucanos, conduzido pelo delegado federal Diógenes Curado Filho, e compõe o inquérito nº 623/2006, que A Gazeta teve acesso na íntegra. A relação dos contatos do empreiteiro foi obtida através da quebra do sigilo telefônico do ex-petista e de outras mil pessoas.
Aparecem os nomes e telefones do senador Jonas Pinheiro (PFL) e dos deputados federais Wellington Fagundes (PL), Teté Bezerra (PMDB) e Celcita Pinheiro (PFL), além do ex-senador e deputado federal eleito Carlos Bezerra (PMDB) e do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB).
Valdebran é acusado de, juntamente com o ex-senador Carlos Bezerra, mandar na Funasa, comandada por Evandro Vitório, que também aparece na lista de contatos. Valdebran foi acusado pelo ex-coordenador da Funasa e ex-vereador por Rondonópolis, Juca Lemos (PT), de praticar lobby na Fundação Nacional de Saúde para realizar obras da estatal através de diversas empresas ligadas a parentes e amigos.
No caso da deputada Teté Bezerra, constam também os telefones residenciais e do gabinete da parlamentar, que já foi indiciada pela Polícia Federal por causa do suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas. O número do telefone do gabinete do deputado petista Carlos Abicalil também consta, assim como o do deputado estadual reeleito pelo PT Ságuas Moraes.
As prefeituras que também têm o telefone relacionado na agenda de Valdebran são a de Cuiabá, Confresa, Vera, Rio Branco, Castanheira, Brasnorte, Pontal do Araguaia, Santo Antônio do Leste, Vila Bela da Santíssima Trindade, além de parentes do deputado federal Ricarte de Freitas (PTB) e do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e prefeito de Nova Marilândia, José Aparecido dos Santos (PFL), o Cidinho. (TM)