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Advogado nega conversas com Temer e diz que recorrerá ao STJ para Silval ser solto

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A defesa de Silval Barbosa (PMDB) deve ingressar com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão proferida, ontem à tarde, pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que manteve o ex-governador preso. Ao Só Notícias, o advogado Francisco Faiad afirmou que respeita a sentença, mas discorda das motivações alegadas pela maioria dos desembargadores. “Foi proferida por magistrados gabaritados, mas não concordamos com ela. O caso foi muito bem avaliado pelo desembargador Pedro Sakamoto que votou de forma contrária à maioria. Tão logo saia a publicação, vamos recorrer, pois tenho certeza que o STJ terá um entendimento diferente da 2ª Câmara”, afirmou.

Faiad ainda refutou as alegações do desembargador Rondon Bassil, que citou as interceptações telefônicas, as quais teriam revelado uma suposta conversa entre Silval e o vice-presidente da República, Michel Temer, e ressaltou que a soltura do ex-governador não prejudicaria, “de forma alguma”, o andamento das investigações. “Ele não ocupa mais nenhum cargo na estrutura pública e política do Estado. Não é mais governador. Além disso, gostaria de deixar bem claro que o Silval, naquela circunstância, não conversou com o Temer. Houve um contato para o gabinete, atendido por uma secretária, que não conseguiu fazer a interligação entre os dois”.

A defesa pretende entrar com o pedido de habeas corpus no STJ ainda na próxima semana.

Conforme Só Notícias já informou, o voto do desembargador Rondon foi lido desempatou o julgamento, decidindo pela manutenção da prisão de Silval Barbosa. Na sessão anterior, o desembargador decidiu pelo pedido de vistas para analisar melhor a situação. Naquela oportunidade, o relator do processo, desembargador Alberto Ferreira, se manifestou contra o pedido de liberdade, enquanto que Sakamoto votou pela soltura.

De acordo com Bassil, a conversa entre o ex-governador e Michel Temer teria girado em torno da prisão da ex-primeira-dama Roseli Barbosa, acusada de envolvimento em um outro esquema de desvio de recursos públicos quando comandou a Secretaria de Estado de Assistência Social. Para o desembargador, a manutenção da prisão do peemedebista é necessária para que o andamento das investigações e do processo sobre o suposto esquema de concessão de benefícios fiscais caminhem sem interferência. Em liberdade, Silval poderia prejudicar possíveis novas fases da investigação.

Desta forma, o ex-governador continuará preso em uma cela do Centro de Custódia da capital, onde está desde o mês passado, acusado de integrar o grupo que recebia dinheiro em troca de liberação de incentivos fiscais. Os ex-secretários de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, e de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, também tiveram os pedidos de liberdade negados, nesta quarta-feira, e continuam presos em Cuiabá.

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