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Advogado consegue impedir transferência de Arcanjo para presídio federal

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O ex-chefão do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro não quer, de jeito nenhum ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Aliás não quer ir para nenhum outro lugar. Seu desejo é continuar instalado na Penitenciária do Pascoal Ramos, sua residência no momento.

A simples possibilidade de transferência faz com que o ex-bicheiro e acusado como o responsável pelas mortes de diversos empresários, entre eles Sávio Brandão, sofre a cada momento em que se houve falar que sua transferência de Cuiabá está próxima.

A Polícia Federal chegou a ser mobilizada durante todo o dia de quarta-feira para que o chefão pudesse ser transferido para uma das celas da polícia em Brasília e depois para Catanduvas, no Paraná. Ao ser informado de que deveria arrumar suas malas, acionou imediatamente seus advogados, que tiveram de correr para cumprir as exigências do patrão, evitar mais uma vez a indesejada transferência.

Depois de malas arrumadas, roupa preparada para a viagem e esperanças quase perdidas chegou a notícia: João Arcanjo não será mais transferido. Pelo menos por enquanto. É que seus advogados conseguiram exatamente às 20h45 o tão desejado hábeas corpus evitando a mudança de endereço.

O hábeas corpus foi concedido pelo juiz federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal. Pelo menos até o julgamento do HC, João Arcanjo permanecerá instalado no Pascoal Ramos em Cuiabá.

O capo não quer mudar para Catanduvas, considerada a cadeia mais segura do país e, pior, sem a mínima condição de conversações por celulares.

Conheça um pouco desta cadeira federal que vem amedrontando os chefões do crime no Brasil, entre eles João Arcanjo e provocando as ondas de ataques criminosos em São Paulo.

A penitenciária federal de Catanduvas (PR) tem capacidade para abrigar 208 presos. Segue o modelo de prisões de segurança máxima dos EUA. São chamadas de “supermax”, abreviatura de Super Maximum Security. A mais famosa fica em Florence (Colorado).

Catanduvas é uma cidade com cerca de 8 mil habitantes. Vivem sobretudo da lavoura. Prometido para 2004, o presídio foi entregue com quase dois anos de atraso. Está assentado no alto de uma colina. A construção ocupa 16.800 metros quadrados.

No caminho até a cela, o preso percorrerá um corredor com 17 portões de ferro. O governo importou dos EUA equipamento de vigilância eletrônica. Captará imagens dentro e fora do presídio. As cenas serão transmitidas em tempo real para a Polícia Federal e para o Departamento Penitenciário Nacional, em Brasília.

A prisão tem em suas quinas quatro guaritas. Serão ocupadas por sentinelas da Polícia Federal. O governo informa que a vigilância noturna será reforçada com a ronda de veículos. Serão usados também cães adestrados.

O planejamento prevê também que a guarda permanente da cadeia será exercida por 200 agentes, quase um para cada preso (208). Diz-se que foram submetidos a treinamento intensivo em Brasília.

As visitas serão precedidas de revista e cadastramento, com identificação digital. A exemplo do que ocorre nas prisões norte-americanas, o preso será separado do visitante por uma parede de vidro. As conversas se darão por meio de um aparelho de telefone, sob monitoramento.

Comum em qualquer prisão brasileira, os celulares serão banidos de Catanduvas. Pelo menos foi o que disse o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) na solenidade de inaguração da “supermax” brasileira: “Não vai entrar celular no presídio. Vamos desligar esses criminosos de suas quadrilhas, que não podem continuar funcionando como desagregadores dentro do sistema prisional”.

As celas de Catanduvas seguem o padrão norte-americano. São individuais. O piso e as paredes foram construídos com argamassa reforçada com uma liga de aço.

Famosas pelo rigor imposto aos presos, as super-cadeias norte-americanas são criticadas por movimentos de direitos humanos. Acusações de torturas são comuns. Não há regras de ressocialização de presos. Diz-se que muitos, depois de cumprirem a pena, deixam o cárcere loucos.

No Brasil, o governo diz que vai seguir o que manda a Lei de Execuções Penais. Oferecerá aos presos que desejarem trabalho e estudo. O Ministério da Justiça ainda não divulgou as regras que irão imperar nos presídios federais brasileiros.
(Atualizada às 09:30hs)

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