Foi adiada, mais uma vez, a análise do Plenário do Senado sobre a CPI da Petrobras. Os senadores examinariam hoje o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que confirmou entendimento da Mesa do Senado favorável a uma CPI com foco ampliado.
"Não vamos votar porque não houve um entendimento com relação ao encaminhamento da votação hoje", explicou o presidente do senado, Renan Calheiros.
O impasse na criação da CPI se dá porque a oposição quer a investigação apenas de fatos ligados à Petrobras, como o prejuízo na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A CPI ampla, proposta pelo governo, deve abranger não apenas a estatal, mas também supostas irregularidades em licitações dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e investimento do Porto de Suape, em Pernambuco.
Segundo o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), não havia quórum para votar a matéria nesta terça. Além disso, os senadores aguardam possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre mandados de segurança impetrados pela oposição e pelo governo. A relatoria é da ministra Rosa Weber, que só deve se manifestar na próxima semana.
"A ministra afirmou aos os líderes da oposição que entre terça e quarta-feira da próxima semana ela decidirá [a respeito de uma medida liminar], então faz mais sentido esperar", disse Braga.
Na segunda-feira (14), Renan enviou documento com informações ao Supremo, explicando que decidiu pela CPI ampla em nome do princípio da eficiência na administração pública.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o novo adiamento da decisão no Plenário é mais uma manobra para atrasar a CPI.
"Tudo isso é ação de postergação. Enquanto não se vota, posterga-se e, com isso, quem ganha tempo é o governo, porque a CPI acaba não sendo instalada. É uma estratégia que só interessa ao governo", criticou o senador.