elo menos três deputados, dos cinco parlamentares citados pela CPI dos Sanguessugas e que foram reeleitos este ano, serão absolvidos pelos relatores no Conselho de Ética da Câmara. Dois deles, melhor que serem absolvidos, terão seus casos arquivados por “inépcia” da acusação, ou seja, os relatores sequer instruíram o processo por acharem que as acusações contra eles não tinham fundamento. São os casos de Wellington Fagundes (PL-MT) e Wellington Roberto (PL-PB), que nem foram chamados por seus relatores para depor no conselho.
A diferença entre a inépcia e a absolvição é que, no primeiro caso, o relatório, depois de aprovado pelo conselho, é arquivado. Não é votado em plenário e nem pode mais ser reaberto na próxima legislatura. O processo de absolvição tem que ser votado de qualquer maneira no plenário, o que siginifica mais desgaste para o parlamentar.
Nelson Marquezelli (PTB-SP) é o relator do processo contra Wellington Roberto. Ele disse ao GLOBO que não há provas contra o parlamentar. Marquezelli até já entregou seu parecer ao conselho, que pode ser votado nesta quinta-feira.
“Não posso fazer nada. Não há nada contra o deputado”, disse Marquezelli. O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) havia sido escolhido o primeiro relator do caso de Roberto, mas foi trocado atendendo a um pedido do acusado, que temia que o petista fosse mais mais rigoroso com ele.
O deputado João Campos (PSDB-GO) também irá considerar infundada a acusação da CPI contra Wellington Fagundes. Ele ainda não entregou seu parecer, mas já concluiu pela inépcia da denúncia.
“Nem vou chamá-lo para depor”, disse Campos. O outro reeleito que será absolvido por seus relator é Pedro Henry (PP-MT). Mussa Demes (PFL-PI), relator de Henry, até já entregou seu parecer ao conselho pela absolvição do pepista, que também esteve envolvido no caso do mensalão e acabou absolvido. Os outros dois deputados envolvidos e que foram reeleitos – João Magalhães (PMDB-MG) e Marcondes Gadelha (PSB-PB) – não serão julgados pelo conselho nesta legislatura. Os relatores de seus processos não irão encerrar o processo, que ficará para a próxima legislatura.
O conselho deve votar alguns processos a partir de hoje. Está marcado para esta tarde o julgamento do caso de João Correia (PMDB-AC), aquele parlamentar que chegou a ensaiar uma greve de fome. O relator, Anselmo (PT-RO), irá pedir a cassação de seu mandato.
Nelson Marquezelli é relator também do processo contra Laura Carneiro (PFL-RJ) e já entregou parecer no conselho pela absolvição da parlamentar, que não conseguiu se reeleger por conta das denúncias.
Deve ser votado esta semana o caso de Cabo Júlio (PMDB-MG), um dos mais envolvidos no esquema e que recebeu dinheiro diretamente. O relator Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) irá recomendar a cassação do mandato do deputado mineiro. Outro muito envolvido no escândalo, Nilton Capixaba (PTB-RO), deve ter seu processo apreciado pelo conselho. O relator Mendes Thame (PSDB-SP) irá defender a perda do seu mandato. Outro caso previsto para ser votado é o de Lino Rossi (PP-MT), apontado como um dos principais contatos dos Vedoin no Congresso. O relator, Jairo Carneiro, (PFL-BA), quer a perda de seu mandato.