O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) afirmou há pouco que o esquema desvendado pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, é muito mais abrangente do que se imagina.
Com base nos depoimentos do delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e do procurador federal de Mato Grosso Mario Lúcio Avelar, o parlamentar afirmou ser inequívoco que o esquema funcionava não só no Ministério da Saúde, mas também no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), envolvendo o transporte escolar, e no Ministério da Ciência e Tecnologia, envolvendo a inclusão digital.
Ele assinalou, no entanto, que ainda não se sabe qual a dimensão real e quem operava esses esquemas. Segundo o deputado, a quadrilha utilizava sobretudo Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), sobre as quais há menor controle.
Diante desses fatos, segundo Jungmann, pode sair uma recomendação da CPMI para a criação de uma outra CPI ou pode se optar pela ampliação do foco da atual comissão, com a aprovação do Plenário.
Envolvimento de prefeituras
O deputado afirmou que, segundo o procurador, há entre 250 e 300 prefeituras envolvidas e cerca de 60 parlamentares com condição de indiciamento. “O que resta absolutamente claro é que o esquema de emendas ao Orçamento do jeito que está entrou em colapso, em falência. É uma peneira onde quadrilhas de criminosos se incrustam no Orçamento, utilizando a captura de pessoas dentro do Executivo e de parlamentares”, avaliou Jungmann.
A CPMI continua reunida a portas fechadas, na sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, no Senado.