Dois trabalhadores rurais foram resgatados pela Polícia Judiciária Civil, na região de Confresa, na semana passada. Os trabalhadores eram mantidos em uma fazenda, na divisa do município com a reserva indígena Urubu Branco, há mais de um mês em condições análoga a escravidão. Três pessoas foram presas.
As prisões de L.C.S., C.R.R. e A.N.S. aconteceram após uma denúncia na delegacia da Polícia Civil. Eles foram autuados pelo delegado regional, Ronan Gomes Villar, por crime de condição análoga a de escravo e disparo de arma de fogo. Eles foram encaminhados à cadeia da região, onde permanecem por ordem da Justiça.
Conforme a Polícia Civil local, os trabalhadores foram contratados por supostos invasores de terras, que se dizem proprietários da área, com a promessa de receberem R$ 40, por dia, para uma obra na fazenda. Na área, os trabalhadores dormiam em um barraco de lona próximo a um córrego, sem higiene e pouca alimentação. Eles bebiam, cozinhavam e tomam banho da mesma água do riacho. Para dormir, improvisaram tábuas com espumas como cama.
Os policiais encontraram marcas de tiros em uma árvore próxima ao barraco dos trabalhadores. Segundo um dos investigadores que estiveram na área, os "grileiros" atiravam para intimidar os trabalhadores como forma de não deixa-los fugir.
Os dois homens contaram que estavam roçando pasto e derrubando árvores a mando dos empregadores. O Ministério Público do Trabalho e Emprego foi acionado para providências administrativas contra os supostos donos da área, que estavam mantendo os trabalhadores em condições semelhantes à escravidão, sem pagamento e carteira de trabalho registrada.
Os dois trabalhadores são do município de Confresa, um deles estava com o pé machucado, sem atendimento médico.