O disparo que atingiu uma criança de 7 anos na nuca, na terça-feira (2), em uma residência, na rua Veneza, no bairro Jardim Florença, pode ter sido acidental. Esta é a principal hipótese apurada pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). De acordo com o perito André Luís Furio, três projeteis de espingarda calibre 22 foram encontrados na residência da vítima. “Outras hipóteses ainda não foram descartadas, mas tudo indica que alguém estava caçando em uma área descampada, aos fundos do bairro, e os tiros acabaram acertando a casa. Esta análise também é reforçada pela arma, que é repetitiva e geralmente utilizada para caça”, explicou, ao Só Notícias.
André adiantou ainda que foi possível determinar o trajeto dos projeteis, incluindo o que atingiu a nuca do garoto. “Os três vieram em sequência na mesma direção. Um bate na parede da área e atinge o menino, que estava na sala. Os outros dois bateram na lateral de outra parede. Acredito que a pessoa disparou três vezes em sequência, provavelmente para acertar um pássaro. Os projeteis chegaram com inclinação, o que pode indicar que alguém atirou para cima. Ainda não tenho os cálculos de distância, mas possivelmente de 150 a 300 metros”.
O perito ainda alertou que, mesmo que os disparos tenham sido acidentais, a Polícia Civil deve trabalhar para identificar os eventuais responsáveis. “É crime previsto no Código Penal. Os tiros atingiram a casa com força. Por sorte, não pegou diretamente na criança. É um perigo caçar nas proximidades da cidade. Todo tiro para o alto, uma hora desce. Fica o aviso”.
O pai do garoto afirmou, ao Só Notícias, que a criança está bem e ficou apenas com uma pequena marca na cabeça. “Foi como o impacto de uma pedrada. Escutamos o estouro, provavelmente do projétil batendo na parede, e meu filho começou a chorar. Acredito mesmo que tenha sido acidental, pois, não temos desavenças com ninguém. O muro da casa também é alto. De qualquer forma, este sujeito que atirou tem que tomar cuidado. Mesmo que tenha sido sem intenção, poderia ser pior”.
O delegado Flávio de Souza Braga deve abrir um inquérito policial para apurar as informações sobre o caso. O procedimento investigatório foi confirmado por uma escrivã da Polícia Civil. O pai do garoto, que registrou o boletim de ocorrência na delegacia e outras testemunhas deverão ser ouvidas pela autoridade policial, ainda esta semana. O laudo da Politec também deve embasar as investigações.