O levantamento recente da Polícia Civil do município constatou que foram registrados 1.396 boletins de ocorrência contra crime de estelionato, de janeiro a novembro. Segundo o delegado Thiago Meira, apesar de várias campanhas, entrevistas e alertas que os policiais realizam, ainda, sim, a incidência de golpes aumentou consideravelmente nos últimos 5 anos. “Cada mês surge uma demanda diferente, um crime novo, uma forma nova de praticar o crime, tem momentos que aqui aumenta a demanda de estelionatos, tem meses que diminuiu um pouco, uma semana diminuiu, outra aumenta demais.” Os golpes mais conhecidos atualmente são do intermediário, falso advogado, suspeito que se passa por familiar, ou quando alegam integrar grupos criminosos para extorquir vítimas.
Thiago destacou que períodos como dia das mães, pais, “Black Friday” e festas de final de ano costumam ter maior número de vítimas caindo em golpes pela internet. “A primeira coisa é que o cidadão tem de ter é calma. Negociação no mundo real você tem que ter calma, e aí buscar se resguardar de todas as formas possíveis, não acessar links, aqui a gente percebe uma situação que acontece muito, que é a questão do pessoal acessar suas contas bancárias em chamada de vídeo com o golpista, ainda mais quando envolve o estelionato falso advogado.”
Os criminosos, por muitas vezes, conseguem acesso a dados pessoais de vítimas, números de processos, entre outros, o que aumenta as chances de que ela caia no golpe, acreditando tratar-se de um canal oficial. “Todo tipo de pessoa que cai aqui, para ser bem sincero. A gente tem uma imagem que geralmente são pessoas idosas e por suficientes que caem mais, talvez, estatisticamente, e aqui estou falando sem rigor científico, mas empírico, tem uma incidência um pouco maior de pessoas idosas, mas aqui a incidência de pessoas na faixa etária de 20 a 40 anos é bastante grande. Por onde eu passei, já vim de outras cidades, aqui eu acho que é o que mais tem incidência de pessoas não idosas.” Meira ainda fez um apelo a população, para que “tenham bastante cuidado, sites, chequem sites, tentem comprar só em sites verificados, em redes sociais, por exemplo, só que tiver aquele ‘simbolozinho’ de verificado, porque eles conseguem fazer igual o site, só que se você tiver um pouquinho de calma e verificar, você vai ver que é um dublê.”
“Os golpistas sempre vão tentar buscar vulnerabilidades, e isso é uma vulnerabilidade, para você achar que foi sorteado, sempre é o iluminado, que Deus ajudou você naquela situação. E, assim, acontece bastante, mas nesse crime específico, eu acredito que está diminuindo um pouco. A pessoa está um pouco mais atenta, apesar que clicar em links, ainda acontece muito, mas de transferir, ah, você ganhou um prêmio de R$ 10 mil, mas para você tirar você tem que ganhar R$ 5 mil, isso daí a priori eu venho notando que diminuiu bastante, as pessoas eu acho que estão um pouquinho mais espertas contra isso.”
O delegado também detalhou os passos a serem realizados caso a vítima deposite o dinheiro para o suspeito. “Primeiro passo, você caiu no golpe, transferiu o dinheiro, o certo é ir ao banco tentar bloquear o valor, que a grande maioria das vítimas o que quer é o ressarcimento financeiro. Não estão muito preocupados se vão ser presos ou não os suspeitos, então, é ir ao banco. Muitos bancos às vezes mandam a vítima vir aqui primeiro para ter o boletim de ocorrência para eles tomarem uma providência e, às vezes, perdem o tempo e não conseguem bloquear, passou esse passo, vem aqui e registra o boletim de ocorrência, o que tiver em mãos ajuda na investigação, comprovantes de transferência bancária, dados, conversação, tudo isso vai ajudar na investigação, se não tiver, registra o boletim de ocorrência e vai tentar correr atrás, tem várias formas de conseguir, vai dar mais trabalho, mas pode ser chegar a um fim.”
Ele explicou que em caso de transferência na modalidade PIX, alguns bancos tem opção de restituição por contestação. “É o que antigamente fazia no banco, quando você ia, conseguia na hora de fazer, e às vezes bloquear o valor, e está conseguindo bloquear em uma certa cadeia de contas, né? Porque assim, o golpista vai transferir para sua conta, para a conta do golpista, e na mesma hora ele vai seguir transferindo, não deixa naquela primeira conta, né? Então, esse rastreio que é o complicado”, concluiu.
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