Policiais militares e agentes prisionais controlaram um princípio de motim, ontem, na cadeia. Pelo menos dois disparos de munição não letal foram feitos para conter a situação. Um detento, atingido, precisou ser retirado para cuidados médicos. O boletim de ocorrência aponta que o movimento teria começado na saída para o banho de sol, quando um grupo de reeducandos se aglomerou no corredor que dá acesso à área, impedindo a passagem dos demais. Um agente chegou a argumentar para que parassem, não sendo atendido e ainda desacatado.
O documento mostra que diante da situação, o agente solicitou o reforço da polícia, que também pediu aos detentos para que se retirassem para o banho de sol, não sendo atendidos. Momento em que os reeducandos teriam se amotinado e xingado os policiais e demais funcionários. Para que o movimento não se propagasse, os disparos não letais acabaram sendo feitos e a mobilização contida. Depois do banho de sol, todos os detentos voltaram para celas.
Em um outro boletim de ocorrência, pelo menos 15 agentes relataram que o diretor da unidade prisional, Francisco Pynard teria quebrado um acordo com eles, que estão em greve, para que o banho de sol acontecesse “de duas em duas celas”, por motivos de segurança. Inclusive relataram que haviam denúncias de que os presos poderiam fazer um princípio de motim no banho de sol. Apontaram ainda que os procedimentos a serem adotados durante a mobilização já haviam sido discutidos em uma reunião.
No documento, os agentes contam que comunicados sobre como seria o banho de sol, os detentos não teriam gostado e fizeram ameaças, o que foi comunicado ao diretor. No entanto, segundo os agentes, o mesmo teria incitado os presos contra os agentes, afirmando que não poderiam confiar no que a maioria deles falava, mas sim, em uma minoria. Disseram ainda que Pynard teria tentado frustrar a greve, ameaçando transferir agentes e também conseguir a exoneração de boa parte, que está em período probatório.
Outro lado
O diretor negou, ao Só Notícias, os apontamentos feitos pelos agentes prisionais no boletim de ocorrência e disse que tudo aconteceu “de forma inversa”. Afirmou que pretende oficializar a situação, mas preferiu não dar mais detalhes.