Um soldado da Polícia Militar, de 28 anos, é apontado como principal suspeito pela morte do colega de farda, o soldado Fernando Márcio dos Santos, 27. O assassinato ocorreu no dia 17 de novembro, dentro do quartel da PM de Colniza. O acusado está detido administrativamente pelo comando da PM por abandono de posto desde o dia 23. A prisão não é relacionada à morte e sim por ter deixado o serviço durante o expediente.
O delegado Vinícius Prezotto, que acompanha o caso, destaca que ainda não há materialidade para acusação formal, porém adianta que todos os indícios apontam o soldado como suspeito. Ele possuía 2 revólveres calibre 38 que serão encaminhados para Cuiabá, para perícia. A Polícia Civil afirma que o homicídio foi cometido por algum conhecido de Fernando, que não esboçou nenhuma reação, sendo alvejado na cabeça e nuca por 4 tiros de revólver 38 quando mexia no computador do quartel. Pela forma como ocorreu, o crime não foi planejado e teria ocorrido em um momento de "fúria".
Desde o início das investigações, as contradições marcam os depoimentos dos 3 colegas da vítima que estavam de plantão com ela. Inicialmente, os 3 PMs afirmaram que saíram para atender uma ocorrência. Na sequência, relataram que 2 policiais foram atender a ocorrência e a vítima ficou com o acusado. Ele alega ter saído para ver a namorada, que confirmou a versão. Mas os horários não coincidem. Um vizinho do quartel é a principal testemunha e alega que ao ouvir os disparos correu para frente de casa, mas não viu ninguém, indicando que o assassino ainda estava no local. A mesma testemunha alega que viu quando os 2 policiais, que saíram para atender a ocorrência, voltaram e não havia ninguém na porta do quartel. Ele garante que o acusado estava no portão. A luz do quartel também estava acesa quando a guarnição voltou, mas deixaram apagada quando saíram. O interruptor fica dentro da corporação.
Outro ponto contra o soldado detido é o fato dele ter discutido com a vítima na tarde do assassinato. Ainda no período vespertino, o acusado saiu para atender uma ocorrência de trânsito e fotografou a situação com a câmera do celular. As imagens foram descarregadas no computador da corporação, juntamente com fotografias particulares. Existe a suspeita de que a vítima tivesse visto algo comprometedor e teria sido assassinada.
O acusado é considerado explosivo e agressivo. Ele cometeu um outro homicídio no Distrito de Guariba, porém alega que a morte ocorreu durante o trabalho.