Policiais civis identificaram um terceiro envolvido no assassinato do acadêmico de Medicina, Eric Francio Severo, 21 anos, no dia 27 de dezembro. Acácio Batista, 31 anos, está preso há vários meses e cumpre pena por diversos crimes (não confirmados) no presídio José Parada Neto, na cidade de Guarulhos, em São Paulo.
De acordo com as investigações, este detento seria primo do segurança Márcio Marciano Batista, 32 anos, que foi preso pela Polícia Rodoviária Federal horas após o crime, no mesmo dia, em Campo Grande (MS). O outro envolvido preso em flagrante é Rafael Bruno dos Santos Mussuco, 25 anos.
“Acreditamos que contato para encomendar a caminhonete foi feita por Acácio, por telefone, da cela 320, no raio 3. No entanto, não sabemos ao certo porque ele escolheu Sinop e seu primo para praticar o crime. ‘Estes negócios’ geralmente funcionam ‘em base de troca’, ou seja, para pagar algum tipo de dívida. Iremos apurar todas informações com os envolvidos”, disse uma fonte policial, ao Só Notícias.
O delegado Sérgio Ribeiro Araújo, responsável pelo caso, aguarda resposta de uma carta precatória encaminhada, na segunda-feira (5), para a Polícia Civil da cidade paulista pedindo o depoimento do suspeito detido. “Os suspeitos [Márcio e Rafael] me disseram, em depoimento, que a caminhonete foi encomendada, mas não apontaram qual valor seria pago. Neste caso, nem me disseram quanto receberiam pelo serviço do transporte, mas acredito que seja em torno de R$ 15 mil”, disse o delegado anteriormente ao Só Notícias.
A equipe policial que trabalha no caso deve analisar, em breve, as imagens do circuito de segurança de um estabelecimento no qual Márcio e Rafael estiveram antes de pegar o acadêmico. Novos depoimentos de funcionários desta empresa e que teriam visto pelo menos um dos suspeitos não estão descartados no andamento da investigação.
Conforme Só Notícias já informou, o delegado deve imputar aos dois presos os crimes de latrocínio e formação de quadrilha. Ele explicou que a justiça poderá autorizar a abertura de outro inquérito, a ser instaurado em Lucas do Verde, onde o corpo foi encontrado, um dia depois do roubo da caminhonete, em uma região de mata.
Ele acredita que o caso não irá a júri popular, a pena será aplicada pelo juiz criminal e a tendência é do processo tramitar mais rapidamente, bem como a sentença. Para o latrocínio [roubo seguido de morte] a pena prevista é de 20 a 30 anos de reclusão. "Vão ter mais agravantes com formação de quadrilha e a pena deve aumentar. Eles foram presos em flagrante e o fato dos dois serem réus primários é uma atenuante muito leve, pois o crime foi gravíssimo e acredito que eles devem pegar 25 anos de cadeia. Pode ser até mais dependendo da decisão do magistrado sobre os agravantes do crime", opinou Sérgio Ribeiro.
Os criminosos alegaram que o plano inicial não era matar o acadêmico de medicina e que a caminhonete roubada, que pertence ao pai de Eric, o advogado e jornalista Leonildo Severo, seria levada até Dourados (MS) para ser vendida no Paraguai.