O adolescente, 17 anos, suspeito no assassinato do empresário Carlos Eduardo de Giuli (foto), 48 anos, se apresentou na delegacia de Polícia Civil, neste sábado à tarde, juntamente com o pai, e negou ter participação no crime. Agora, ele declarou que teria apenas levado o suspeito Giovani Caloi, 29 anos (que está preso), até a empresa (onde ocorreu o assassinato) e alegou desconhecer que ocorreria o crime. “O Giovani me ligou pra mim ir buscar ele lá no posto. Fui buscar ele lá no posto e mandou eu levar ele na empresa para conversar lá. Ele falou que ia conversar com o cara que tava (sic) lá, o dono”, disse, em entrevista. O menor alegou que ficou do lado de fora da empresa que revende produtos agrícolas e não presenciou o crime.
O adolescente disse ainda que conhece Giovani há cerca de um ano e meio e que não recebeu nada por ter levado o suspeito até o local. “Fui pela amizade. Porque ele me ligou e eu não sabia que era para ele executar o cara”, disse. Segundo ele, a versão correta é que “eu não tava envolvido no crime. Levei ele mas não sabia que era para executar o cara. Eu tava (sic) do lado de fora. Só ouvi o tiro”, destacou. Após o fato, o adolescente disse que levou o suspeito até a casa onde morava e depois foi embora.
Esta versão é diferente da apresentada pelo menor, nesta semana, em depoimento acompanhado do advogado. Na ocasião, ele teria declarado que matou Carlos Eduardo de Giuli. Em seguida ele foi liberado.
O pai do menor, um mestre-de-obras de 41 anos, relatou que ficou sabendo da situação hoje e que pressionou o filho para “saber da verdade. Quando cheguei da fazenda, onde mexo com obras, fui fazer um pagamento hoje e um funcionário meu falou o que estava acontecendo e eu não acreditei. Peguei meu menino e emprensei ele e falou a verdade. Falou que ele [Giovani] “pegou eu (adolescente) para assumir essa bronca para eles não irem presos porque eu sou de menor”. Então eu falei, vamos na polícia porque você tem que falar a verdade. Se foi você que fez você tem que pagar, então se foram eles que fez (sic) e não usar de menor”, disse.
Conforme o mestre-de-obras, o filho lhe disse que levou o suspeito até a empresa (que fica perto do batalhão da PM) mas não sabia de arma nem da execução. “Falou para mim que levou ele (Giovani) lá, e aí nem sabia que estava armado nem nada. Quando viu falou, “vamos sair rápido”, então escutou um tiro. Foi isso que ele disse para mim”, apontuou.
Conforme o investigador da Polícia Civil, Márcio Fritsch, a versão apresentada pelo menor está próxima das informações apuradas na investigação. No entanto, deverão ser aprofundadas. “Está muito próximo a versão contada pelo adolescente com a presença do pai nesta delegacia, porém, falta fechar alguma coisa para dizer que está concluído [o inquérito]”, disse. A motivação do crime, segundo Márcio, estaria relacionado a desvio de dinheiro da empresa por parte da mulher do suspeito Giovani, que era funcionária e também está presa. “O que eu posso adiantar é que era desviado dinheiro da empresa. Era feito o corte de internet para o empresário não ter acesso a conta bancária. Nos últimos dias, antes de morrer, ele queria acessar a internet para ter acesso a conta da empresa e não conseguia porque era manipulada”, disse.
Da empresa foram levados aproximadamente R$ 140 mil em cheques pré-datados para cerca de dez dias depois do crime. “Com a morte do empresário, a financeira [Anelize] continuaria dentro da empresa, comandando a empresa, se não fosse descoberto o crime”, disse Márcio. Os cheques não chegaram a ser descontados. “A funcionária desviou de R$ 170 a R$ 180 mil aproximadamente”, disse. A funcionária investigada pela polícia é Anelize Antoneti, 25 anos, que está presa por ordem judicial. Ela deve depor na próxima semana.
Conforme Só Notícias já informou, o empresário foi assassinado em junho do ano passado, na empresa da qual era sócio e comercializa produtos para agronegócio. Ele estava no escritório quando levou um tiro na nuca e alguns cheques foram levados.