O delegado Sérgio Ribeiro Araújo informou, há pouco, ao Só Notícias, que localizou em Goiânia (GO) e também já ouviu um empresário, de 51 anos, proprietário de uma empresa no setor de UTI móvel que diz ter arrendado, em 2012, o bimotor EMB 810D, que fez um pouso forçado próximo de um residencial em Sinop, depois de decolar do aeroporto Presidente João Figueiredo, no último dia 23, e ter problemas. O empresário afirmou ao delegado que não conhece o piloto que foi preso e alega ter sido vítima de estelionato. Ele informou “que há dois anos, fez um contrato com um homem, mas ressalta que não sabe de que cidade ou Estado seria. Disse que o suspeito lhe ofereceu a aeronave pelo valor de R$ 70 mil, como entrada no arrendamento, para alguns reparos e regulamentação nos documentos. No entanto, a partir dai, a aeronave sumiu de Goiânia, e apenas agora, ficou sabendo onde ela estaria, ao ser intimado pela polícia”, declarou o delegado, referindo-se a versão do empresário.
A Polícia Civil continua investigando quem é o dono da aeronave. O piloto não informou e os registros na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não estariam atualizados.
O bimotor continua apreendido no pátio do aeroporto, e sob responsabilidade da superintendência aeroportuária. “Retiramos a bateria e o combustível para garantir que o avião não saia do aeroporto sem nossa autorização e enquanto não concluímos o caso”, acrescentou o delegado, não descartando a possiblidade da aeronave estar sendo usada para alguma atividade criminosa. O prazo para conclusão do inquérito termina, amanhã, e será encaminhado ao judiciário. O piloto, de 64 anos, deve ser indiciado por ter colocado em risco, o tráfego aéreo. Ele não tinha brevê (licença para voar) nem apresentou documentos do avião, que teria indícios de estar com prefixo adulterado.
O piloto continua no presídio Osvaldo Florentino Leite, o "Ferrugem", depois de ter o habeas corpus, requisitado pela sua defesa, negado pela justiça local. “Nós apuramos também que ele [o piloto] não tinha licença para pilotar a aeronave pois o brevê estava vencido, e ele ainda responde, em liberdade, pelos crimes de tráfico de drogas praticados na década de 80, em Mato Grosso e São Paulo”, concluiu o delegado Sérgio Ribeiro.