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Sinop: delegado indicia dois médicos por morte de criança de 3 anos em UPA

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Só Notícias/Rosani Trindade

O delegado de Polícia Civil, Ugo Mendonça, confirmou há pouco, em entrevista coletiva, que os dois médicos que atenderam uma criança, de 3 anos, que faleceu na UPA Anete Mota em Sinop, em março, foram indiciados por homicídio culposo. “Uma investigação complexa demandou algumas perícias”, “foram feitas pelo menos 11 oitivas, além dos dois interrogatórios e o somatório das provas permitiu concluir a Polícia Civil pelo indiciamento dos dois médicos que fizeram o atendimento da criança. Com relação ao primeiro atendimento seria por negligência e o último atendimento seria por imperícia, no caso o homicídio culposo é aquele que não tem dolo e não há a intenção de matar e analisados justamente essas questões de imperícia, imprudência e negligência”.

O delegado disse ainda que, “o inquérito já foi concluído” e “já está com o Ministério Público e a promotoria agora está analisando para ver se vai concordar com a conclusão da autoridade policial e oferecimento de denúncia posteriormente e o judiciário vai decidir pelo recebimento ou não da denúncia”. “As provas estão bem fortes nesse sentido e agora aguardar o início da ação penal e um pouco de justiça para a criança. A pena no homicídio culposo varia de um a três anos, neste caso pode ter um aumento de até um terço, em razão de descumprimento de normas técnicas de profissão quero caso seria esse exemplo prático de imperícia ou imprudência ou negligência em atendimento médico”, acrescentou. O delegado disse que não pediu o afastamento dos profissionais de suas funções.

A pedido da família, foi feita a exumação do corpo da criança e realizado pela Politec. “A exumação foi muito importante e feita no tempo certo porque a gente poderia perder alguns vestígios de prova se demorasse mais tempo. Antes da exumação havia indícios com relação ao primeiro atendimento, provavelmente iria ser responsabilizado somente o primeiro atendimento. Com a exumação a gente pode perceber um problema de imperícia no desenvolvimento de uma técnica, de abordagem da criança, o que responsabilizou o último médico que fez o último atendimento dela”, afirmou o delegado. “A causa da morte mudou com a exumação da criança”. “Na certidão de óbito consta que ela morreu por choque séptico e pneumonia e, com a exumação (feita pela perícia Politec) o laudo médico confirmou que na verdade ela morreu em razão de choque hipovolêmico (perda de sangue) causado por pneumotórax hipertensivo”.

Conforme Só Notícias já informou, pouco após o falecimento da criança, a prefeitura determinou ao Instituto de Gestão de Políticas Públicas, que faz a gestão da unidade, abertura de sindicância para apurar o atendimento e os protocolos adotados que envolveram a morte, culminando no afastamento da médica.

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