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Silval não depõe hoje sobre desvios em compra de imóvel; ex-secretário e ex-procurador serão recambiados

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) não deve depor, hoje, na investigação da 4ª fase da Operação Sodoma, que resultou em novo mandado de prisão contra ele. Ainda não foi confirmado quando ele vai depor pois está preso, na capital, em outro processo que investiga acusações de corrupção. A Polícia Civil informou que ainda não doi definido quando o ex-secretário estadual de Planejamento Arnaldo Alves Neto e o empresário Valdir Piran, presos esta manhã, em Brasília serão recambiados para Cuiabá, bem como o ex-procurador Chico Lima, preso pela manhã no Rio de Janeiro.

No cofre de Piran, a polícia informou que havia uma arma, munições e dois relógios. A diligências da operação duraram cerca de 9 horas.

A Polícia Civil informa que eles são investigados por irregularidades na desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, no valor total de R$ 31,7 milhões. O pagamento foi feito para uma empresa de empreendimentos imobiliários, proprietária do imóvel, " propósito específico de desviar dinheiro público do Estado em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa".  A assessoria informa que "ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa,  as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho".

Ainda de acordo com a polícia, "de todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação,  o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram  via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso. De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, no montante de R$ 10 milhões,  pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (Planejamento), Afonso Dalberto (Intermat) e o procurador aposentado Chico Lima".

Além de diversas colaborações premiadas, confissões e análise documental ocorridas durante a investigação que auxiliaram desvendar todo o ‘modus operandi’  do esquema milionário de desvio de dinheiro público, a prova material obtida através dos afastamentos de sigilos bancários e fiscal corroboraram a participação de todos os envolvidos, não deixando quaisquer dúvidas quanto às suas respectivas atuações em mais esse enorme esquema criminoso que sangrou os cofres públicos do Estado, acrescenta a assessoria da Polícia Civil.

Outro lado
A polícia também cumpriu algumas ordens de condução coercitiva de pessoas que foram levadas para prestarem depoimentos e liberadas. O advogado Ulisses Rabaneda, que defende Mikael Malouf, explicou ao Mídia News que as investigações giram em torno de transações financeiras que envolvem o nome de seu cliente. Segundo Rabaneda, Mikael havia recebido cheques endossados em seu nome. “Receber cheques endossados não é crime nenhum. A própria lei do cheque permite que ele percorra diversos contratos ou seja emitido nominalmente a alguém. E o endosso faz com que ele seja depositado em outras contas. Relacionadas ao meu cliente, as transações são completamente lícitas, ele veio esclarecer e a autoridade policial inclusive já o liberou”, declarou.

O advogado Huendel Rolim, que defende Marcelo Malouf,  também confirmou a versão das operações financeiras. “É uma operação financeira em que o Marcelo tomou um empréstimo. A polícia não nos autorizou a falar sobre este tema por conta do sigilo do inquérito. Mas eu posso garantir que ele só foi ouvido em termos de declarações”, declarou.

Os advogados dos demais investigados ainda não se manifestaram.

(Atualizada às 15:49h)

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