A vendedora Valdice Araújo de Oliveira, viúva do corretor Edilson Sodré dos Santos, de 41 anos, assassinado segunda-feira (16), em frente do seu local de trabalho, na rua Pedro Ferrer, esteve no Jornal A TRIBUNA juntamente com o seu irmão Jeová Araújo de Oliveira para rebater as declarações dadas à imprensa pelo irmão de ambos Almir Araújo de Oliveira, 36 anos, o "Guerreiro", que está sendo acusado de ter atirado e matado o próprio cunhado. Ainda muito abalada com os últimos acontecimentos, Valdice estava acompanhada dos dois filhos, de 3 anos e 12 anos. Jeová Araújo desmente o irmão Almir Araújo quanto às declarações feitas à polícia e à imprensa, logo após ser preso na MT-270, tentando fugir para a cidade de Guiratinga. Em seu depoimento, "Guerreiro" declarou que teria matado o cunhado porque o mesmo estaria maltratando a sua irmã Valdice. Jeová, no entanto, sai em defesa do cunhado morto e diz que todas as declarações de Almir são mentirosas. "Eu moro na frente da casa do Edilson e o conheço desde criança. As nossas famílias, minha e do Edilson se conhecem há anos e nunca houve nada disso que esse bandido do meu irmão falou. Ele sim, sempre foi um problema para a nossa família e não dá sossego para a gente. Há anos a gente vem sofrendo e lutando para que ele endireite e tome um rumo na vida, mas ele só nos envergonha e desaponta", desabafa Jeová.
Segundo a família, Almir Araújo é dependente químico, se envolveu com o crime (furtos e roubos), já foi preso e a família sofre com toda essa situação, já tendo gasto muito dinheiro com tratamentos para ele.
Jeová disse que, recentemente, o irmão fugiu de uma clínica onde estava se tratando da dependência química e voltou a perturbar a família.
Segundo Jeová, o irmão sempre agressivo e exigente, vivia extorquindo os familiares, incluindo a irmã Valdice e o cunhado Edilson, pedindo dinheiro.
Então, conforme declarações de Jeová, a família já bastante cansada com as ‘aprontadas" do Almir começou a cortar a ajuda que lhe dava e que ele usava para se drogar. Com isso, o acusado começou a achar ruim e ficou ainda mais agressivo, fazendo ameaças veladas contra os parentes, principalmente contra o Edilson a quem acusava de impedir que a irmã lhe ajudasse dando-lhe mais dinheiro.
Segundo Jeová, ele chegou a alertar o cunhado Edilson sobre as supostas ameaças de Almir, mas o cunhado não teria levado a sério e acabou acontecendo a tragédia.
MOMENTO DO CRIME
Outro ponto esclarecido por Jeová diz respeito ao momento do disparo contra Edilson. Almir Araújo disse, em depoimento e em declarações à imprensa, que chegou, falou para Edislon que estava ali para acertar as contas, o cunhado correu e ele atirou, acertando a nuca de Edilson. Na verdade, um filho de seis anos de Jeová que estava brincando próximo ao tio, está traumatizado, pois presenciou os fatos e contou ao pai como tudo aconteceu. Segundo o menino, o tio Edilson estava sentado numa cadeira na calçada quando o também tio Almir chegou por trás e, sem que o mesmo percebesse efetuou o disparo contra a cabeça do cunhado, que caiu, sem ao menos ver o agressor.
Jeová que estava no interior da casa onde funciona o escritório, escutou o estampido e saiu para ver o que tinha acontecido e diz que viu Edilson caído, se esvaindo em sangue e chamou por socorro. Jeová disse ainda que viu o irmão Almir correndo com a arma na mão e pediu socorro às pessoas. Ele pediu para chamarem a polícia e identificou o irmão Almir em fuga.
Jeová defendeu o cunhado morto, afirmando que o mesmo era uma pessoa humilde, um pai amoroso, um bom marido dedicado à família, um bom companheiro e um bom amigo. Na verdade, Jeová disse que chegou a estranhar o comportamento de Edilson no dia do crime. "O Edilson sempre foi uma pessoa alegre, brincalhona, brincava com meus filhos e com todo mundo. Mas, naquele dia ele estava meio triste, quieto, como se estivesse distante, distraído. Então, tudo o que o ‘vagabundo" do meu irmão falou para a polícia e para a imprensa é mentira! Nossa família é composta de gente de boa índole, trabalhadeira, pacífica e está revoltada com o que ele fez. Nós não apoiamos malandro e não vamos apoiá-lo no que ele fez", concluiu Jeová Araújo.
O corpo do corretor Edilson Sodré dos Santos, foi velado na capela da União Familiar e sepultado no final da tarde de ontem, no Cemitério de Vila Aurora.