A casa do vereador de Campo Novo do Parecis, Milton Soares (PR), localizada no Jardim Olenka, foi atingida por pelo menos nove tiros, esta madrugada. Ele acordou com o barulho dos disparos e quando saiu foi até a rua, não conseguiu visualizar nenhum suspeito e, por isso, voltou a dormir. Somente esta manhã procurou a polícia. Dois tiros atingiram um Honda Civic prata e os demais a parede e janelas. Ele mora sozinho no imóvel e garante não ter inimizades na cidade.
Soares relatou que não tem suspeitos para o crime, mas acredita que os tiros foram uma represália devido sua atuação política. Ele foi o autor de um pedido de CPI para investigar a construção de uma escola no município. O parlamentar quando foi eleito o mais votado em 2012 com 801 votos, era da base de apoio do prefeito Mauro Valter Berft (PMDB), mas hoje mudou de lado e integra o grupo de oposição ao Executivo dentro da Câmara.
“Eu não tenho inimizades com ninguém sou vereador de primeiro mandato e fui o mais votado da cidade”, destaca Sores que é morador de Campo Novo do Parecis há 21 anos e servidor público há 18 anos. Concursado e aprovado para o cargo de agente administrativo, ele sempre trabalhou na Secretaria Municipal de Infraestrutura e antes de tomar posse como vereador, em janeiro de 2013, exercia o cargo de coordenador de infraestrutura.
A Polícia Militar foi acionada e realizou rondas pela região, mas não há pista do atirador. De acordo com a polícia, o parlamentar mora em um condomínio onde existem vários outros apartamentos, localizados um ao lado do outro. Contudo, somente a casa do vereador foi atingida.
“Suspeito que seja uma intimidação para eu recuar. Mas não vou recuar, não vou mudar o meu perfil. Vou continuar a fazer o que povo precisa que é fiscalizar o dinheiro publico. Fui o único vereador a pedir a instauração de uma CPI”, destaca. A CPI foi criada com as assinaturas de Soares e dos vereadores Sebastião Pedro da Vitória e Clóvis Antônio de Paula, ambos do PSD. “A CPI foi instaurada há duas semanas investigar a construção de uma escola, suspeita de irregularidades e obras executadas pela prefeitura, mas com valores pagos para outra empresa que não fez a obra”, explica o vereador. O prefeito da cidade será um dos investigado pela Comissão.
De acordo com o escrivão da Polícia Civil, Juliano Peterson da Silva, uma equipe foi até a casa do parlamentar e recolheu as capsulas para enviar à perícia que vai apontar o calibre da arma e outros detalhes necessários para investigação. O delegado que vai investigar o caso, Vaner dos Santos Neves, está de licença, mas de acordo com o investigador, ele retorna amanhã.