A Polícia Civil estima em mais de R$ 5 milhões o lucro da organização criminosa desarticulada na operação "Luxus", da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), esta manhã. Somente em dois dos assaltos os membros da quadrilha subtraíram cerca de R$ 2 milhões, que foram 'investidos' em veículos (carros e motos) importados, lanchas, viagens, festas com amigos e mulheres. Tudo era ostentado abertamente nas redes sociais.
Na operação, a Vara do Crime Organizado da capital e Vara Criminal, além da Comarca de Poconé expediram 26 mandados de prisão preventiva contra 17 membros da organização criminosa investigada há mais de seis meses.
Os mandados de prisão foram decretados no âmbito dos inquéritos policiais dos assaltos ao Banco do Brasil, do bairro Morada da Serra II, em 13 de novembro de 2016; e do furto qualificado ao Banco do Brasil, em Poconé, ocorrido no dia 5 de fevereiro deste ano.
No roteiro das viagens está o Rio de Janeiro, local preferido dos integrantes da organização criminosa. Naquela cidade, os assaltantes ostentavam passeios de helicópteros por pontos turísticos do Rio e "torraram" dinheiro no carnaval do Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
O sobrevoo com visão panorâmica do Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, os dois maiores cartões postais da cidade, e praias paradisíacas, custa em média R$ 1,2 mil, a hora.
O dinheiro vinha de roubos e furtos com arrombamentos de paredes de pelo menos dez bancos, em uma modalidade que rendeu altas somas para a organização criminosa, cujos membros, em sua maioria, são nascidos e criados na região do Grande CPA, em Cuiabá.
Para entrar nos bancos, da capital e do interior, os bandidos faziam o levantamento de pontos vulneráveis da agência, escolhiam dias e horários com pouco movimento de pessoas nas ruas, como os finais de semana e feriados.
Eles promoviam a quebra da parede e o desligamento do alarme com uso de bloqueadores de sinal, ainda desligavam câmeras e assim trabalhavam tranquilamente na abertura de caixas eletrônicos e dos cofres instalados dentro das agências, de onde retiravam grandes somas de valores.
Além da destruição das instalações físicas, e grande prejuízo financeiro às instituições financeiras, a população também foi prejudicada com o fechamento das agências bancárias, que permaneceram com as portas trancadas por dias até o reparo dos danos prediais e o retorno dos serviços bancários aos moradores, como ocorreu na cidade de Poconé.
"Estamos diante de uma organização criminosa que promove a destruição de agências bancárias, causando abalo na ordem pública e econômica. Merecendo destacar que o fechamento de agências bancárias para reparar os danos causados pelas ações criminosas reflete diretamente no dia a dia do cidadão, criando obstáculos até mesmo para a concretização de negócios que necessitem do atendimento pessoal", ressaltou o delegado titular do GCCO, Diogo Santana Souza.