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Quadrilha que atuava no Rio aplicou golpe do falso sequestro em MT

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A quadrilha que praticava extorsão por telefone, golpe conhecido como falso sequestro, fez vítimas em pelo menos 11 Estados do Brasil. Ao todo, 25 pessoas foram indiciadas, entre elas um ex-PM e um ex-bombeiro, 15 foram denunciadas e oito tiveram a prisão decretada pela Justiça. Desse total, cinco suspeitos já estavam presos por outros crimes, já que parte da quadrilha atuava dentro de presídios do Rio. Três criminosos estão foragidos.

Segundo o delegado Carlos Abreu, da Delegacia de Copacabana (13ª DP), os criminosos escolhiam cidades em outros estados, onde a população ainda não tinha informações sobre a prática desse tipo de crime.

Durante as investigações, que começaram há cinco meses, foram verificadas vítimas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Ceará, Sergipe e Maranhão, além de Brasília. "Pessoas ligadas à quadrilha, que atuavam do lado de fora da cadeia, buscavam informações sobre as cidades na internet. Elas procuravam saber se as cidades eram prósperas economicamente, qual o ramo de atividade econômica era o mais forte, entre outras coisas".

A polícia verificou que praticamente todas as ligações eram feitas do presídio Plácido de Sá Carvalho, no complexo de Bangu, na zona oeste do Rio. Apenas um dos indiciados cumpria pena na unidade conhecida como Galpão da Quinta, em São Cristóvão, na zona norte.

Em uma das interceptações telefônicas, uma dos chefes da quadrilha disse à mulher que chegava a faturar R$ 10 mil por dia com o golpe do falso sequestro. Em 15 dias, a polícia verificou 977 ligações feitas por uma única linha telefônica.

Os presos ligavam aleatoriamente para números de telefone, sempre a cobrar. Eles simulavam o sequestro de pessoas da família da vítima e exigiam o pagamento de resgate, com valor médio de R$ 20 mil.

Os valores eram negociados e algumas vítimas pagavam quantias inferiores ou entregavam bens de valor, como joias. A quadrilha se dividia em três grupos. O primeiro, formado pelos presos, que praticavam as extorsões.

O segundo grupo era formado por familiares ou pessoas de confiança dos presos, que administravam o dinheiro adquirido pela quadrilha e procuravam pessoas para "emprestar" a conta bancária.

No terceiro escalão, estavam as pessoas que forneciam suas contas bancárias para as vítimas fazerem os depósitos. Elas recebiam de 10% a 20% do valor depositado como comissão.

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