A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada pelo crime de tortura resultante na morte do aluno Rodrigo Claro, teve seu pedido de licença-médica deferido pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros.
A informação foi publicada no Diário Oficial que circulou hoje. A licença é retroativa a 18 de julho e se encerra no dia 15 de outubro. Não há informação sobre as motivações da licença.
Essa não é a primeira licença que Ledur tira para tratamento de saúde desde a morte de Rodrigo em novembro de 2016 quando a militar passou a ser acusada de praticar tortura contra alunos que realizavam treinamento com ela.
Em março, ela se licenciou entre os dias 9 e 15. Depois, obteve nova licença entre os dias 20 de março até 18 de maio. A 3ª licença foi concedida de 19 de maio a 17 de junho. Ao todo, foram 5 meses e 7 dias afastada para tratamento médico.
Ledur foi denunciada em julho pela morte do aluno Rodrigo Claro, ocorrida em novembro de 2016. A denúncia foi aceita na semana passada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. A magistrada negou o pedido de prisão contra a tenente feito pelo Ministério Público Estadual (MPE), porém determinou que Ledur seja monitorada por uma tornozeleira eletrônica.
Conforme o Ministério Público, apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o rapaz demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.
Apesar de o problema ter chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento não só teriam ignorado a situação, como teriam utilizado métodos totalmente reprováveis para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
A atitude teria sido a forma utilizada pela tenente Ledur para punir Rodrigo por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água, segundo o MP. O jovem vomitou muito, apresentou fortes dores de cabeça e, por mais de uma vez, sofreu crise convulsiva, oriundas dos inúmeros afogamentos sofridos durante a instrução. Ele chegou a ser hospitalizado com um quadro de hemorragia cerebral que evoluiu para morte. Diante do cenário, foram denunciados por tortura, além de Ledur, outros cinco militares.