A Polícia Civil de Mato Grosso divulgou, há pouco, a lista dos principais investigados na operação “Grená” e nome dos detentos transferidos e apontados como os principais líderes da organização criminosa denominada “Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT)”, instalada em presídios mato-grossenses e que comanda diversos crimes no Estado. Todos vão responder pelo artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, que trata do crime organizado. A informação é da assessoria.
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Diretoria de Inteligência, com apoio das inteligências da secretarias estaduais de Segurança Pública e Justiça-Direitos Humanos cumpriram 35 mandados de prisão até o final da manhã. Oito pessoas ainda são procuradas pela Polícia Civil.
Dois 31 internos de presídios de Mato Grosso, 28 que estão atrás das grades tiveram novos mandados de prisão preventiva cumpridos. No entanto, 4 entraram recentemente no semiaberto e ainda não foram localizados. Eles são considerados foragidos. Estavam em liberdade e foram presas 8 pessoas, das 12 que tiveram mandados de prisão decretados. Quatro ainda são procuradas.
Os integrantes e colaboradores da facção estão sendo interrogados pelas equipes que cumpriram os mandados de prisões. Eles responderão questionário previamente elaborado e após serão encaminhados para o raio 3 da Penitenciária Central do Estado.
A Polícia Civil divulgou quem são os principais líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso. O número 1 é Sandro da Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco”, “Bile ou Bili” – " condenado por vários crimes, entre eles latrocínios, sequestro e roubos, que exerce grande poder sobre a criminalidade no Estado, sendo respeitado tanto dentro quanto fora do Sistema Prisional. É o principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso e um dos idealizadores do CV-MT. Ele é membro do “Conselho Final” e exige o cumprimento rigoroso do estatuto da facção. Está preso em Cuiabá pois contraiu hepatite. O criminoso tem pena a cumprir de 161 anos, 9 meses e 24 dias, em regime fechado por diversos crimes praticados. Já cumpriu 17 anos, 7 meses e 14 dias, desde a primeira vez que foi preso em 1993. Já passou por várias transferências de unidades prisionais de Mato Grosso, liderou motins e também fugiu de muitas cadeias. No ano de 2000 foi preso por roubo a banco em Várzea Grande e protagonizou sua primeira fuga da Penitenciária Central do Estado (PCE), à época Presídio do Pascoal Ramos, de onde saiu pela porta da frente levando arma de policiais. Em 2002, foi recapturado e levado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), à época Cadeia do Carumbé, e depois transferido para a PCE. Em 2003 foi transferido para a unidade prisional Major Eldo de Sá Correa, popular Mata Grande, em Rondonópolis, e fugiu da unidade serrando a grade do banho do sol do módulo, pulou o muro de acesso à área externa da penitenciária e fugiu com mais cinco detentos. Em 2004, foi recapturado pela Gerência de Repressão a Sequestro e Investigações Especiais (GRISIE), hoje Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na cidade de Goiânia (GO). Sua primeira transferência para unidades prisionais fora do Estado de Mato Grosso foi em 2005, para penitenciária Presidente Bernardes (SP). No mesmo ano foi para o presídio estadual de Piraguara (PR) e depois retornou a PCE. Em 2006, foi para cadeia de Água Boa, depois de ameaças ao superintendente e a agentes prisionais. Em 2007, foi transferido para penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, e depois para presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em 2012, retornou a PCE permanecendo no Raio 05".
A polícia também aponta Renato Sigarini, vulgo “Vermelhão, condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CV-MT. É membro do “Conselho Final” e responsável pelo cadastro final. É tido como o “cérebro” da facção criminosa, utilizando-se de suas habilidades e argumentações para recrutar novos integrantes e organizar a estrutura da facção. Ele foi transferido. Outro acusado é Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, vulgo “Miro Loco” ou “Gentil” "condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CV-MT. É membro do “Conselho Final” e um dos responsáveis pelo financeiro da facção. Possui altíssima liderança e exige o cumprimento rigoroso do estatuto. Comanda de dentro da unidade prisional diversas “bocas de fumos” na Grande Cuiabá. Também foi transferido.
A lista tem também Renildo Silva Rios, vulgo “Nego”, “Negão” ou “Liberdade”, "condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CV. Também é membro do “Conselho Final”, possuindo altíssima liderança dentro da unidade prisional. Exige o cumprimento rigoroso do estatuto. A polícia informa que ele foi transferido.
"Toleacil Natalino da Costa, vulgo “Tulio” ou “Túlia ou Trolha”, "condenado por vários crimes e membro do CV-MT. É o principal responsável financeiro da facção. Participou do assassinato do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Situação: transferido.
Isaias Pereira Duarte, vulgo “Caverninha” – conhecido como “matador de polícia”, é membro do CV-MT e considerado extremamente articulado, à frente de todas as unidades prisionais. Cabe a ele realizar um filtro entre o “Conselho Final” e os membros de outras unidades prisionais e também fazer a difusão para as demais unidades de todas as decisões do “Conselho Final”, tomadas em prol da facção. Preso na Penitenciaria Central do Estado por tráfico de drogas e homicídio. Ele foi identificado como uma das pessoas envolvida na morte do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Situação: transferido.
Rudney Rodrigues dos Santos, o “Pinguim”, membro do CV-MT, responsável por avaliar fatos, analisar reivindicações, averiguar algum desentendimento entre os “irmãos”. Ele mantém a ordem e disciplina entre os “irmãos” – na PCE. Situação: transferido; Leonardo Flávio de Souza – o “Bocão”, membro do CV-MT, estava preso na PCE por vários crimes cometidos. Situação: transferido
Principais membros com mandados cumpridos: Reginaldo Miranda, vulgo “Bongo” – criminoso condenado por diversos crimes, sendo um deles pela extorsão mediante sequestro de um dos donos do Supermercado Big Lar, em 2003, que ficou em cativeiro por 92 dias. É membro do CV-MT e possui altíssima liderança, considerado “braço-direito” do “Conselho Final”, participando de decisões referente à punições impostas pelo “Conselho Final” a outros reeducandos. O criminoso tem condenações por assalto em Sinop, Várzea Grande; condenação por porte ilegal de arma de fogo em Várzea Grande; responde por assalto em Jaciara; responde por um homicídio e dois assaltos em Cuiabá. Em 2013 foi posto em liberdade para cumprimento de pena em regime semiaberto. De acordo com a polícia, está foragido
A polícia também listou Paulo César da Silva, vulgo “Petróleo” – membro do CV-MT, "que possui altíssima liderança, responsável por avaliar fatos, analisar reivindicações e desentendimentos dentro da Penitenciária Central do Estado, e depois passa para o “Conselho Final”. Ganhou liberdade recentemente da Penitenciaria Central do Estado, onde estava preso por tráfico de drogas e homicídio. Ele foi identificado como uma das pessoas envolvida na morte do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Teve mandado cumprido. Luênio César Rondon Rocha, conhecido por “Bicudo” – é integrante do CV-MT, auxilia nas atividades administrativas da facção na rua e também exerce grande liderança. Responde por um homicídio em Cuiabá, por formação de quadrilha e explosão de caixa eletrônico; assalto a mão armada em Cuiabá e porte de arma de fogo de uso proibido. Está foragido".