Um professor acusado de estuprar três alunas de uma escola pública de Cuiabá foi preso pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddida), esta tarde. As vítimas com idades de 8, 10 e 13 anos passaram a ser estupradas em abril deste ano, dentro da própria escola.
O professor L.C.G.S., 43 anos, ministra aulas de matemática em uma escola estadual do bairro Santa Amália. Ele teve mandado de prisão preventiva decretado nesta tarde pela Vara 8ª Vara Criminal, de Cuiabá, e cumprido na Deddica quando compareceu para prestar esclarecimentos na investigação iniciada, ontem, com denúncias do pai de uma das vítimas.
A delegada titular da Deddica, Luciani Barros, disse que o professor foi denunciado pelo pai da vítima de 10 anos que, mesmo a delegacia tendo já iniciado as investigações, inconformado com o abuso da filha acionou Polícia Militar, que chegou a deter o professor dentro da escola e o conduziu para o plantão da Polícia Civil do Planalto, mas como não havia flagrante acabou sendo liberado. "A partir daí ele tomou conhecimento da investigação e passou a vir diariamente na delegacia", disse a delegada.
A delegada explicou que a aluna de 10 anos começou a aparecer na escola com dinheiro, notas de R$ 50, o que causou estranheza na direção da escola e por conta disso chamou a mãe da menina até a unidade de ensino para conversar. Mas a mãe também não tinha ideia de como a filha estava conseguindo dinheiro. Depois de várias tentativas, a menina acabou se abrindo, primeiramente, para a namorada do irmão, que levou o caso ao conhecimento da família.
Com a primeira vítima identificada, policiais da Deddida durante a semana passada e esta semana estiveram várias vezes na escola, até que conseguiram identificar outras duas alunas, que também foram estupradas pelo professor.
Conforme a delegada, a primeira vítima foi uma aluna de 13 anos do professor, que no dia 2 de abril teria sido chamada para se encontrar com o professor no porão da escola. Lá foi estuprada e depois orientada por ele a chamar outra "coleguinha" até o local, onde também foi abusada.
As duas vítimas disseram que foram estupradas apenas uma vez pelo professor, mas a menina de 9 anos contou que era abusada reiteradamente e que ainda sofria ameaças dele.
O professor trabalha desde 2011 na escola estadual e chegou a ser coordenador da unidade escolar. "É uma pessoa livre de qualquer suspeita. Inclusive, a diretora e a coordenadora não acreditavam. O clima na escola está tenso. No outro dia a diretora mandou trancar a entrada do porão, que é um lugar bem ‘esquisito", que não deveria ter em uma escola", destacou a delegada Luciani Barros.
O inquérito policial é presidido pela delegada Alexandra Fachone. O suspeito será encaminhado a uma unidade prisional da capital ainda hoje.