Depois de dois dias desaparecida, a estudante Juliana Lencina Pinheiro, 19 anos, foi encontrada morta ontem em Palmeira das Missões no Rio Grande do Sul, em um crime que chocou o município de 33,8 mil habitantes no norte do Estado. Ela teria sido morta pelo ex-namorado e colega no curso de Zootecnia do Centro de Educação Superior Norte do RS(Cesnors), Jeferson Miguel da Silva Martins, 21 anos, que confessou o crime ontem pela manhã.
Na segunda-feira, Juliana teve aula até as 10h30min. Às 10h53min, a pedido da mãe, depositou R$ 725 em uma agência da cidade. Depois, não foi mais vista. Como não costuma ficar longe de casa por muito tempo, os familiares desconfiaram e comunicaram o desaparecimento à polícia.
Conforme o delegado Antônio Maieron, a suspeita inicial era de que ela tinha fugido com o ex-namorado. Na segunda-feira à tarde, ele embarcou em um ônibus para Nova Mutum (MT), onde vivem seus pais. Com ajuda da Polícia Rodoviária Federal, foi verificado que Juliana não estava no ônibus.
Ao chegar à rodoviária de Nova Mutum, os policiais já o esperavam para levá-lo à delegacia e interrogá-lo. Lá, Martins confessou ter estrangulado Juliana. O crime teria ocorrido ao meio-dia de segunda-feira, na casa onde o rapaz vivia sozinho, na Vila Marau. Depois, ele teria transportado de motocicleta o corpo envolto em sacos plásticos por cerca de dois quilômetros.
Com as informações dele à polícia, o corpo de Juliana foi encontrado, às 13h de ontem. Estava no meio de arbustos, em um terreno afastado da cidade, a 300 metros do cemitério municipal. Não havia sinal aparente de violência no corpo.
– Pedimos a prisão preventiva do rapaz. São dois crimes, homicídio qualificado, por ter a separação como motivo, e ocultação de cadáver – declarou Maieron.
Juliana e Martins namoraram por quase dois anos. Chegaram a viver juntos na casa do rapaz durante nove meses. Mas há cerca de duas semanas, ela terminou o relacionamento e foi morar com a mãe e o padrasto na casa do bairro Vista Alegre. Martins tentava reconquistar Juliana, inclusive enviando flores durante uma aula.
– A gente não se intrometia no namoro. Tudo que queremos é que Deus faça justiça. Só os familiares sabem a dor que é perder alguém de maneira trágica – disse o padrasto de Juliana, Juliano de Rezende, 24 anos.