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Preso em MT suspeito de aplicar golpe milionário em seis estados

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A Polícia Civil de Primavera do Leste cumpriu, ontem, três mandados de busca e apreensão, dois mandados de condução coercitiva, além de seis mandados de bloqueio e quebra de sigilo bancário contra acusados de aplicar golpes em Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Goiânia. G.F.R. e F.A.M. ofereciam contratos de exploração de ouro ao preço médio de R$ 2 mil com a promessa de rendimento em poucos meses na ordem de R$ 1 milhão.

Com o sonho de se tornarem milionários sem muito esforço pelo menos uma centena de pessoas de Primavera do Leste teria apostado nessa ideia. No entanto, o número de vítimas em todo o Brasil estima-se ser muito superior a isso. Os contratos assinados pelas vítimas não constavam pagamentos de qualquer valor (nenhum recibo era dado a elas) apenas declarava que seriam beneficiadas em uma ação judicial em trâmite em Mato Grosso do Sul, envolvendo o "repatriamento" de valores do governo federal. Caso fosse verdadeira essa versão, o valor a ser pago a todos os envolvidos no contrato chegaria a astronômicos R$ 3 trilhões, que apenas para fins comparativos, daria para pagar a dívida externa do país.

O delegado Rafael Sippel Fossari, que conduz as investigações, explica que a dupla será indiciada por formação de quadrilha, estelionato e uso indevido de selo ou sinal público. A Polícia Civil continuará com intimações para identificar e ouvir o maior número de vítimas da lista de “investidores”. “Um dos entraves nessa missão é que muitas dessas vítimas seguem acreditando que o dinheiro será pago a elas. Ainda não estão convencidas que caíram em um golpe. Entre 80% a 90% são fiéis evangélicos que confiavam em G.F.R., um homem que se autointitula capelão da Igreja Batista Independente”.

A procura pelo delegado tem sido grande por vítimas de todo o Brasil que acreditavam na possibilidade de se tornarem milionárias da noite para o dia e que não desconfiaram da promessa de dinheiro fácil. “As investigações prosseguem e apontam que as cifras envolvidas podem ser maiores ainda. Trata-se de um golpe com dimensões altíssimas e que não segue qualquer tipo de lógica ou verossimilhança. Afinal, se existisse uma fortuna a receber, por que alguém iria dividir com tanta gente?”.

Até o momento as investigações apontam que nenhum dos investidores recebeu os valores prometidos. Na delegacia, F.A.M. declarou que revendia os contratos e repassava o dinheiro para G.F.R. Por sua vez, este permaneceu calado durante interrogatório e foi liberado por não haver mandado de prisão expedido pelo Poder Judiciário. A conta bancária do suspeito foi bloqueada.

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