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Preso em MT procurado pela Interpol por envolvimento na morte de jornalista no Paraguai

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Redação Só Notícias

Ação investigativa integrada da Polícia Civil de Campo Verde (131 quilômetros de Cuiabá) e Polícia Militar prendeu um homem procurado pela Justiça de Mato Grosso do Sul e pela Interpol do Paraguai, esta manhã. A investigação contou com atuação de equipes e da agência local de inteligência da PM do município e de Chapada dos Guimarães. O suspeito, de 48 anos, foi localizado em uma casa simples, já na zona rural do município, onde ele mantinha uma borracharia e vivia com a família há dois anos.

Após checagem nos sistemas, os policiais apuraram que contra o homem, que tem dupla nacionalidade (paraguaia e brasileira), havia dois mandados de prisões expedidos pela comarca da justiça do município de Sete Quedas (MS).

Em consulta à Interpol, a Polícia Civil também constatou que o suspeito tem mandados de prisões expedidos pela Justiça paraguaia e que ele consta na lista vermelha dos mais procurados pela Interpol do país vizinho. Durante a abordagem, o homem apresentou documento em nome de outra pessoa, como tendo nascido em 1978 e natural de Caarapó, também em Mato Grosso do Sul. Contudo, após entrevista na delegacia, ele confessou que o documento é falso, pelo qual pagou R$ 600 e pertenceria a um parente já falecido, informação que será apurada.

O delegado de Polícia de Campo Verde, Mário Roberto Santiago Junior, entrou em contato com a Interpol em Asunción e obteve a informação de que o homem preso responde a diversos crimes no Paraguai. Ele tem, inclusive, envolvimento nas mortes do jornalista paraguaio Pablo Medina Velázquez e de sua assistente, Antónia Marines Almada Chamorro, ocorridas em outubro de 2014, em uma localidade na fronteira dos dois países. Três pessoas foram investigadas pelas mortes, sendo um deles o irmão do homem preso em Campo Verde, que seria o mandante dos homicídios, e um sobrinho dos dois.

Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra um dos acusados pelos crimes, a morte do jornalista foi motivada por uma vingança das três pessoas envolvidas em represália às publicações do jornalista, em um jornal de maior circulação no Paraguai.

Ainda de acordo com a assessoria da Polícia Civil, Medina publicou diversas matérias sobre Vilmar, então candidato a prefeito e depois prefeito da cidade paraguaia de Ypejhú, a quem atribuía vínculo com o narcotráfico na fronteira entre o Paraguai e o Brasil e envolvimento em crimes de homicídio nas regiões paraguaias de Villa Ygatimi e Ypejhú. Por conta das matérias, o jornalista recebia ameaças de morte por parte do político.

O crime ocorreu na tarde de 16 de outubro de 2014, em uma emboscada na estrada rural que liga a cidade de Villa Ygatimi à Colônia Ko’e Porá, localizadas no Departamento de Canindeyú. Usando vestimentas militares, tio e sobrinho simularam uma blitz e quando o carro do jornalista parou foi atingido por tiros. A assistente estava no banco do carona e também foi atingida.

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