Uma quadrilha especializada em roubos de gado foi desarticulada pela Polícia Civil, na região Médio-Norte, hoje. Seis mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão foram cumpridos na operação “Boi Gordo”, coordenada pela Delegacia Regional de Diamantino em conjunto com a Regional de Tangará da Serra. As ordens judiciais foram cumpridas em Jangada, Chapada dos Guimarães, Nobres e Tangará da Serra por cerca de 40 policiais civis. A polícia divulgou a relação dos seis presos: Edson José de Almeida Meira, o “Edinho Meira”, Josenil Rodrigues da Silva, o “Zeca”, José Hermínio Alves Pedroso, o “Zé”, Paulo Vilela Siqueira Meira, o “Nho”, Joelson Bomdespacho Santana Alves, o “Pantaneiro” e Valdinei Nascimento Pinho.
As investigações iniciaram pela Delegacia Municipal de Nobres (146 km a Médio-Norte) após o furto de 72 cabeças de gado da fazenda Barra do Arinos, situada na estrada do “Boteco Azul”, acesso para Trivelato, em Nobres, em setembro de 2009. Os assaltantes permaneceram no local por quase todo o dia e deixaram o caseiro e sua família trancados dentro da casa.
No período de 8 meses, a Polícia Civil levantou informações que parte da quadrilha também está envolvida em roubos de veículos e tráfico de drogas. Conforme o delegado responsável pelo inquérito policial, Wagner Bassi Junior, “trata-se de uma quadrilha poderosa altamente organizada, criada para obter grandes receitas através de seus crimes”. De acordo com o delegado, além da influência, a quadrilha possui estrutura “eficiente com o fim de dificultar as investigações”, a exemplo, de açougues, matadouros próprios e a facilidade de obtenção de Guias de Transporte Animal (GTA).
A mesma quadrilha foi alvo das investigações que culminaram na operação “Campeiro”, deflagrada em 2002 pela Polícia Civil em Tangará da Serra. Nos roubos praticados, a quantidade de gado era sempre em grande número de cabeças e a quadrilha contava com auxílios de informantes, a exemplo do caseiro da fazenda Barra do Arinos, Valdinei Nascimento Pinho. “Se há percalços devolvem o gado aos seus proprietários evitando ações policiais”, complementou o delegado Wagner Bassi.
O delegado regional de Diamantino, Wilson Leite, disse que o trabalho envolveu as duas Regionais da Polícia Civil devido atuação da quadrilha em fazendas localizadas nas duas regiões.
Cada cabeça de gado custa cerca de R$ 1,5 mil, assim num roubo de 70 cabeças há uma receita de R$ 105 mil à quadrilha. Os presos serão ouvidos na Delegacia Municipal de Nobres. Todos vão responder por roubo qualificado e formação de quadrilha.
Em Jangada, na casa de “Edinho Meira”, a Polícia Civil apreendeu armas, várias muniçoes e computadores contrabandeados.