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Presa parte da ‘máfia da cobrança’ que agiu em Rondonópolis e Sinop

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Mais de R$ 1,1 milhão em cheques foram apreendidos hoje, pela Polícia Civil, na operação Cobrador, no município de Campo Verde (131 km de Cuiabá). O dinheiro comprova atuação ilícita da máfia da cobrança em pelo menos 8 municípios do Estado de Mato Grosso. As folhas de cheques foram encontradas dentro de um cofre apreendido na casa de Osvaldo Cirilo, apontado pela polícia como o chefe da quadrilha que atuava Campo Verde, Primavera do Leste, Jaciara e Rondonópolis, além de Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra, Rosário Oeste e Sinop.

No cofre também foi encontrado mais uma espingarda calibre 12, munições, documentos de veículos, escrituras de imóveis. Segundo o delegado Fernando Vasco Spinelli, os cheques e documentos eram dados como garantias dos pagamentos de empréstimos. “As pessoas procuravam o agiota para pegar dinheiro a juro e quando não conseguia pagar eram cobradas com prática intimidatória”, explicou o delegado.

No esquema de agiotagem – empréstimos de dinheiro a juros – a polícia identificou 15 pessoas. Destas, 6 eram responsáveis diretamente pelas extorsões realizadas com truculência e intimidação e nove davam apoio nas cobranças de dívidas de empresários e pessoas comuns da região. “As pessoas que estavam devendo no mercado, principalmente para o líder do grupo, eram coagidas e ameaçadas”, disse o delegado regional de Rondonópolis, Jales Batista Silva.

As investigações iniciaram em março deste ano, quando uma vítima cansada das ameaças e de ser extorquida denunciou as extorsões a polícia. A vítima contou à polícia que como forma de intimidação teve seu cachorro envenenado.

Conforme a polícia, nas cobranças o grupo chegava a marcar data para realização do pagamento. O credor era também obrigado a assinar notas promissórias, confissão da dívida, passar cheques e dar imóveis como garantia do pagamento.

Com as apreensões a polícia espera que novas vítimas compareçam na delegacia para oferecer denúncias. Na operação foram empregados 6 delegados e 35 investigadores de polícia.

A Secretaria de Segurança Pública informou que 3 pessoas acusadas de integrarem o esquema de cobranças foram presas na operação. São elas Marcilei Cardoso Cavalcanti, que é oficial de justiça, Marclean Menezes Lopes, agente prisional, e Jovair Rodrigues da Silva, apontado como sendo o “braço direito” do chefe da organização criminosa, Osvaldo Cirilo, um comerciante do ramo de postos de combustíveis que está foragido. Contra ele há mandado de prisão. O agente prisional Marclean Menezes Lopez, sofreu um acidente na terça-feira, em Rondonópolis. Assim que receber alta, ele deve ser encaminhado para a delegacia.

Na casa de um dos presos, Jovair Rodrigues da Silva, foram apreendidos dezenas de documentos que comprovam as cobranças ilegais, um colete a prova de balas, chegues, notas promissórias assinadas, escritura pública e papeis com confissão de dívida. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do principal suspeito, Osvaldo Cirilo, os policiais encontraram uma espingarda calibre 12, documentos, um cofre lacrado e munições.

São procurados: Rosiel Lopez, Eguinaldo Jerônimo Aguiar, Zelmon Aparecido Sates Rocha, e o empresário Osvaldo Cirilo, acusado de agiotagem e contratar este grupo. Os presos vão responder por crimes de extorsão, constrangimento ilegal, ameaça, agiotagem e formação de quadrilha

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