Os moradores de Lucas do Rio Verde também estão sentindo os efeitos da greve dos investigadores e escrivães da Polícia Civil que ocorre em todo o Estado. Desde a semana passada, quando a paralização teve início, praticamente não houve prisões, embora 30% do efetivo esteja trabalhando na delegacia municipal. As celas para presos provisórios na delegacia estão vazias. O investigador Jorge Luiz, garante que a classe não voltará ao trabalho, enquanto as reinvindicações não forem aceitas pelo governo. “Infelizmente, essa paralisação não é agradável nem para nós policiais, porque antes de sermos servidor público, somos moradores dessa cidade que também gostamos. A gente trabalha para trazer segurança para a sociedade, mas também temos as nossas famílias e precisamos dar uma condições de vida adequada para eles. A orientação que nós temos é de permanecer com a paralização por tempo indeterminado. Nós estamos mantendo o trabalho operacional em 30%, conforme determina a lei. O restante está tudo paralisado” explicou Jorge.
Hoje à tarde, em Cuiabá, a categoria tem nova reunião com o governo estadual. Os policiais e investigadores cobram a equiparação salarial com a dos peritos criminais, que recebem, inicialmente, salário de R$ 6 mil. Atualmente, o salário da categoria é de R$ 2,3 mil em início de carreira. Ontem, conforme Só Notícias informou, servidores fizeram mobilização na Assembleia Legislativa, como forma de pedir apoio aos deputados nas negociações com o Estado. Na ocasião, funcionários do Departamento Nacional de Trânsito (Detran), que também estão em greve, fizeram apitaço.
Mato Grosso, segundo dados do Sindicato, conta com cerca de 2,1 mil investigadores. Desde a última sexta, apenas 30% do efetivo de cada delegacia está mantendo os trabalhos. Flagrantes e casos mais complexos estão sendo atendidos. As investigações estão paradas.
O exemplo disso foi o que ocorreu na semana passada, quando uma adolescente de 13 anos, foi abusada sexualmente no município. O boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil, porém com a paralização dos policiais o acusado pelo estupro, permanece livre.