A maior operação já realizada para o combate dos delitos transfronteiriços, a Operação Ágata, foi deflagrada, ontem, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. A ação é parte do Plano Estratégico de Fronteiras, lançado em junho pelo governo federal para fiscalizar e coibir os crimes de fronteira de forma integrada entre os órgãos da segurança estadual e federal.
Duas edições da Operação Ágata já foram executadas desde que o Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado: a primeira no Comando Militar Sul nos municípios com divisa ao Paraguai, Argentina e Uruguai; e a segunda, no Norte abrangendo a região da Amazônia. A da região Centro-Oeste é a Operação Ágata III, comandada pelo Comando Militar Oeste – o 2º Batalhão de Fronteira (BFron) – com atuação na faixa de fronteira de todo o Mato Grosso.
Conjuntamente, a Operação Ágata III é executada pelas Forças Armadas, com o Exército Brasileiro, Marinha e Aeronáutica, e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) com a Polícia Militar, Polícia Civil, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e Defesa Civil. O Plano Estratégico de Fronteiras é coordenado pelo vice-presidente, Michel Temer, junto aos ministérios da Defesa e da Justiça.
O comandante do 13º Batalhão de Infantaria Motorizado, general João Batista Carvalho Bernardes, coordenador da operação em Mato Grosso, destacou que a atuação é feita com impacto pontual em áreas que agora serão fiscalizadas com mais frequência. Só em Mato Grosso irão atuar em cerca de mil quilômetros em território terrestre e fluvial com aumento de efetivo e tecnologia de ponta como aviões caça e espiões; o R99, um tipo de avião radar não tripulado que detecta qualquer veículo em movimento, mesmo à noite; além de helicópteros e barcos.
Ágata III
Na operação, que não tem data para encerrar, equipes integradas pelas Forças Armadas e a Segurança Pública de Mato Grosso, de forma ostensiva, realiza a ação de impacto em pontos da fronteira, no controle e bloqueio de estradas, entre outras interceptações via embarcação ou aérea; reforçando a presença do Estado em pontos que ocorrem a atuação de traficantes, contrabandistas e quadrilhas, principalmente de roubo de veículos.
O orientador do PróJovem, Everaldo Tadeu Alves, morador de São José dos Quatro Marcos, abordado por uma das equipes de bloqueio na estrada da Vila Tabuleta – via alternativa entre Glória D”Oeste e São José – elogiou a operação mesmo tendo todo o veículo minuciosamente revistado. “É um trabalho magnífico, muito bom para a gente que mora nesta região de fronteira. Com certeza, vai impedir a ação dos criminosos e a entrada de drogas nas nossas cidades”, disse Everaldo que revelou já ter o veículo perseguido na mesma estrada.
Todo o efetivo do Grupo Especial de Fronteira está mobilizado nesta operação, conforme o chefe de Operação do Gefron, major Agilson Azizes. Para o responsável pelo Comando Militar Oeste, coronel Moraes Henrique, o Gefron é o facilitador destas operações com a indicação de alguns pontos críticos da fronteira já levantados. “São 750 km de área seca e 330 km de área alagada que temos dificuldades de operar, mas todos, integrados, minimizaremos essas dificuldades e aumentando a força na região”, concluiu o major Azizes.