Policiais Militares de Juína prenderam Luzinete dos Reis Rocha, 38 anos, por crime de cárcere privado, exploração sexual e ameaça, durante o final de semana. Luzinete mantinha, há alguns meses, três mulheres “presas” dentro de seu estabelecimento comercial, a boate Cristal localizada a cerca de 3 km da área central do município. As mulheres só deixariam o local caso quitassem uma dívida acumulada no valor de R$ 2,8 mil.
As vítimas A.K.F.A., 18, E.M.A., 23 e A.C.S., 21, moravam em Rondônia e foram aliciadas pela proprietária do estabelecimento. “Contaram que receberam as passagens e promessa de vida melhor caso viesse para trabalhar”, conta a tenente Ataíses de Oliveira Assunção que atuou na operação.
A PM recebeu uma ligação no 190 de uma das vítimas. Ela contou que vinha recebendo ameaças de agressão e pediu ajuda. Uma equipe se deslocou até o local e flagrou a dona do local intimidando as mulheres. As três garotas eram mantidas em quartos instalados em um corredor da boate e só podiam circular dentro daquele ambiente. Era terminantemente proibido que deixassem a boate. Caso descumprissem a ordem teriam de pagar multas. Dessa forma estavam sempre atreladas a proprietária do estabelecimento. Uma das vítimas contou que o simples ato de ligar o ventilador implicava no pagamento de uma multa de R$ 50.
Segundo as vítimas, elas tinham direito apenas de fazer uma refeição por dia (o almoço) sem que pagassem. Pela moradia e qualquer outro consumo de alimentação eram obrigadas a pagar valores altos. Segundo a tenente Ataíses, na casa foram encontradas outras mulheres, mas nenhuma delas argumentou estar vivendo sob condições de cárcere. A dona da boate e a vítimas foram encaminhadas até a sede da Polícia Civil onde prestaram depoimento.