Uma organização criminosa acusada de falsificar e forjar escrituras de terras para obtenção fraudulenta de financiamentos bancários e ainda com envolvimento em homicídios é alvo da operação “Liga da Justiça” deflagrada, esta manhã, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil. Sete pessoas já estão presas.
Dezenove ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão temporária (cinco dias) e onze buscas e apreensão, são cumpridos nas cidades de Barra do Garças, Porto Alegre do Norte (distrito de Nova Floresta) e Confresa, contra membros da quadrilha envolvidas em crimes de falsificação de documentos particular e público, falsidade ideológica, fraude processual, esbulho possessório e homicídios.
Em Barra do Garças, equipes comandada pelo delegado titular do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, com apoio de delegados e investigadores local, cumprem quatro prisão e sete busca e apreensão na cidade. Nos municípios de Porto Alegre do Norte e Confresa são cumpridos mais oito mandados, sendo quatro prisões temporárias e quatro buscas. Na localidade, os policiais estão sob o comando do delegado Ronan Gomes Villar.
De acordo com as investigações comandadas pela delegada do GCCO, Cleibe Aparecida de Paula, a quadrilha também tem ligação com crimes de homicídios qualificados e esbulho possessório de áreas rurais- ato pelo qual uma pessoa perde a posse de um bem forma forçadamente, sem qualquer direito sobre a coisa que legitime o seu ato. É crime de usurpação.
A organização é conhecida nas regiões como “Liga da Justiça” por contar com influência no apoio e execução das atividades ilícitas de servidores do Executivo e do Judiciário.
As investigações iniciaram com o duplo homicídio que vitimou Manoel Divino Pereira da Silva e Jânio Correa de Araújo, no dia 21 de setembro de 2011. As vítimas passavam de motocicleta pela estrada de acesso a uma fazenda, no município de Confresa, quando foram alvejadas por armas de fogo.
O inquérito policial, inicialmente instaurado em Confresa, foi transferido ao GCCO para continuidades das investigações, após a Polícia identificar que o motivo das mortes seria a posse da terra e obtenção de recursos financeiros fraudulentos pela organização criminosa.
A mesma fazenda, em 14 de maio de 2010, teve ajuizada ação de interdito proibitório (visa repelir algum tipo de ameaça à posse de determinado possuidor) por parte de uma empresa agropecuária em desfavor de dois alvos da operação.
Em novembro de 2010, membros dessa mesma quadrilha foram alvos da operação “Lacraia”, da Polícia Federal, que prendeu 32 pessoas acusadas de integrar a uma quadrilha especializada em fraudes cartorárias e grilagens de terras da União, crimes contra o sistema financeiro e corrupção de servidores públicos.
Foram empregados na operação 57 policiais, entre delegados, escrivães e investigadores.