O delegado da Polícia Civil de Barra do Garças, Joaquim Leitão Junior, irá requerer, ainda hoje, a prorrogação da prisão temporária das 19 pessoas presas por envolvimento em fraude e corrupção na emissão da Carteira Nacional de Habilitação, durante a operação “Fraus”, deflagrada na quarta-feira (27), em Mato Grosso, Goiás e Tocantins.
Até hoje foram cumpridos 65 mandados de condução coercitiva, do total de 116. Os conduzidos são candidatos que conseguiram adquirir a carteira de motorista por meio das fraudes e pessoas ligadas a autoescolas e Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretran”s), que receberam propina para intermediar o acesso a CNH.
Em Goiás, além dos oito presos, equipes da Polícia Civil da Regional de Barra do Garças, que estão na região, cumpriram 42 de 60 mandados de condução coercitiva expedidos para o cumprimento em 27 cidades goianas. Todas foram interrogadas e liberadas em seguida.
Os presos naquele estado chegam hoje, em Barra do Garças, onde serão submentidos a exame de corpo delito e seguem para a Cadeia Pública do município para o cumprimento do prazo da prisão. Todos já foram interrogados
O delegado informou ainda que após a operação, novas pessoas apareceram e também devem ser interrogadas por meio de conduções coercitivas ou mesmo presas temporariamente, caso se neguem a prestar informações à Polícia Civil. “Estamos inclinados a pedir a prisão de pelo menos três”, afirmou o delegado.
O inquérito policial da investigação iniciada em setembro de 2010 deve ser concluído na próxima semana.
O esquema criminoso era fomentado por candidatos com perfil analfabeto ou semianalfabetos e idosos, geralmente de outras localidades, principalmente do Estado de Goiás, que pagavam valores entre R$ 600 até 5 mil para obter a carteira de motorista, sem passar por provas teórica e prática de direção, requisitos obrigatórios determinados no Código de Trânsito Brasileiro para tirar a CNH.
A fraude tinha facetas variadas e também contava com aprovação direta daqueles candidatos que simulavam fazer as provas.
Ao todo, a Justiça decretou 135 ordens judiciais, sendo 19 mandados de prisão temporária e 116 conduções coercitivas contra pessoas envolvidas em fraudes na emissão da carteira de motorista em 39 cidades dos Estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins.