A Polícia Judiciária Civil registrou um aumento de 33% nas comunicações de pessoas desaparecdas em 2012. Em 12 meses, 785 registros de adolescentes, jovens e adultos, que sem motivo aparente sumiram de casa, foram averiguados pelo Núcleo de Desaparecidos, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). No ano de 2011, foram 590 ocorrências.
A chefe do setor, investigadora Lauriane Cristina de Oliveira, atribui o aumento a maior divulgação do trabalho, ao grande número de adolescentes que fogem de casa, principalmente do sexo feminino, e a procura de familiares que querem localizar parentes sem contato há anos.
De acordo com balanço do Núcleo de Desaparecidos, 586 pessoas foram localizadas em 2012. Os motivos dos desaparecimentos são os mais variados. Entre crianças e adolescentes é comum a fuga por conflitos familiares e também os casos involuntários, em que a vítima é levada por desconhecidos ou até por um dos pais.
Os homens são os que mais somem entre os 18 e 64 anos, e muitos por envolvimento com as drogas. No ano passado, foram 406 registros de desaparecimentos de jovens acima dos 18 anos e pessoas adulta até a faixa de 64 anos. Destas, 206 foram encontradas.
Os registros de ocorrências de pessoas do sexo feminino somam 335 desaparecidos e 257 localizados. As adolescentes entre os 12 e 17 anos representam o maior índice das comunicações. As causas, geralmente, estão ligadas a brigas com os pais ou porque querem namorar e não têm a permissão, explica a investigadora Lauriane Cristina.
Ainda na faixa de 0 a 17 anos, 19 crianças tiveram registros relacionados à evasão da custódia legal, situação em que um dos pais, destituído da guarda, permanece com o filho sem consentimento da família e da Justiça.
Com relação às pessoas que perderam contados com membros da família, a investigação inicia sempre com pesquisa nos bancos de dados, estadual e nacional, e por eliminação vai reduzindo o campo de busca até encontrar uma pista de onde o desaparecido está morando. A partir daí, os policiais solicitam apoio de outras unidades policiais, seja dentro ou fora do estado. “Antes as pessoas achavam que só podiam registrar desaparecimentos recentes. Temos localizados pessoas que sumiram há 10, 20 e 30 anos”, destaca Lauriane.
Um desses casos foi de Márcia Maria Oliveira Silva Souza, moradora do Jardim Imperial, em Várzea Grande, que procurou os policiais do núcleo para achar a irmã Francinete Ferreira da Silva, de 57 anos, que não via desde a infância, há mais de 40 anos.
Em março do ano passado, a mulher foi localizada na cidade de Guanambi, um pequeno município localizado no sertão da Bahia, próxima a cidade de Palmas de Monte Alto, com ajuda da Polícia Civil daquela localidade.