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Polícia indicia 18 em Mato Grosso por sonegação de R$ 140 milhões; preso em SC é recambiado para Cuiabá

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Dezoito integrantes do esquema criminoso que sonegou mais de R$ 140 milhões em ICMS ao governo do Estado foram indiciados no inquérito policial da operação “crédito podre”, deflagrada no último dia 7, pela Polícia Civil, em conjunto com a secretaria estadual de Fazenda. O inquérito foi encaminhado ao judiciário, esta semana, com o indiciamento dos 16 presos e mais duas pessoas por crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documento falso, uso indevido de selo público e sonegação fiscal. O esquema que envolveu 30 empresas de fachadas ou fantasmas.

Um dos presos chega ao final esta tarde, em um vôo comercial de Balneário Camburiú, em Santa Catarina. Ele mora em Campo Verde, mas estava na cidade catarinense onde foi preso.

O delegado da delegacia fazendária, Sylvio do Vale Ferreira Junior, informou que diversos documentos estão sendo analisados pelo Núcleo de Análise de Documentos (NAD) e as mídias digitais como celulares, HD’s, pendrive, computadores pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).  As investigações da Polícia Judiciária Civil, desenvolvidas em conjunto com a secretaria de Fazenda, levantaram que mais de um bilhão de grãos saíram do Estado de Mato Grosso, sem o devido recolhimento do ICMS, deixando prejuízo estimado em R$ 143 milhões, entre os anos de 2012 a 2017.

"A organização criminosa, mediante a produção de documentos ideologicamente falsos constitui empresas de fachadas, posteriormente, promove a sonegação do ICMS, possibilitando que os integrantes desta robusta organização criminosa ofereçam ao mercado, mercadorias mais baratas, já que não recolhem o tributo incidente sobre a mercadoria", disse o delegado Sylvio do Vale Ferreira Júnior, que preside o inquérito policial iniciado em fevereiro de 2017.

Em seis anos, a organização criminosa montada para sonegar impostos de transações comerciais da venda de grão no Estado de Mato Grosso, emitiu 2,1 bilhão de notas fiscais frias, que nunca tiveram os tributos recolhidos aos cofres públicos.

O delegado da Fazendária, Sylvio do Vale Ferreira Júnior, acredita que novas empresas serão identificadas após a operação. Conforme o delegado, a organização atuava por meio de corretores que identificavam indústrias fora do Estado, que precisavam de determinada matéria prima, como milho, algodão, pluma e outros.

“A partir daí identificavam o produtor rural que teria a oferta do produto e solicitava a  emissão da nota fiscal para uma empresa da organização criminosa. Outras empresas emitiam notas para outras empresas e através dessas operações internas de emissão de notas conseguiam gerar créditos podres e quando promoviam a venda da mercadoria para fora do estado faziam o aproveitamento do crédito podre”, explicou.

Em levantamento, a secretaria revelou que apenas no período de junho de 2016 a julho de 2017, a organização promoveu a saída interestadual tributada de mais de R$ 1 bilhão, em produtos primários de origem agrícola, utilizando documentação fiscal emitida por empresas de fachadas criadas para sonegar ICMS e demais tributos, informa a assessoria.

 

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