Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram hoje, em Cáceres e em Cuiabá, a operação Panaceia, que tem por objetivo apurar crimes de fraude em licitação e associação criminosa que resultaram no desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). São cumpridos 15 mandados de buscas e apreensão, um de prisão temporária, além do afastamento de dois servidores públicos de suas funções. Também foi cumprida uma ordem judicial para o bloqueio de R$ 5,5 milhões.
Além da PF, as apurações contaram com a atuação da CGU, que promoveu auditoria e apontou irregularidades em contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres. Segundo as investigações, as fraudes tiveram início durante a pandemia de COVID-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados, detalhou a Polícia Federal.
Antes mesmo da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu parecer alertando as irregularidades aos servidores públicos envolvidos, mas as contratações prosseguiram normalmente.
A soma dos recursos federais destinados às empresas do grupo empresarial envolvido nas apurações totalizou cerca de R$ 55 milhões até agosto deste ano, com maior concentração no período de pandemia, acrescentou a PF.
Conforme a secretaria de Saúde de Mato Grosso, o Hospital Regional de Cáceres atua como referência para 23 municípios, atendendo uma população de aproximadamente 400 mil habitantes.
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