Cerca de três toneladas de drogas foram incineradas ontem, em Cuiabá. Foram usados 15 viaturas da PF, 40 policiais federais, além da parceria com o Exército Brasileiro, que fez o transporte da carga em um caminhão baú da força armada e auxiliou com 30 soldados.
Todo material é resultado de apreensões realizadas desde outubro de 2016 pela Polícia Federal, que gerou, aproximadamente, 200 inquéritos policiais. O valor estimado da droga destruída é de R$ 42 milhões, se comercializada. Das drogas incineradas 2,8 toneladas foram de cocaína, a maior parte pura. Cerca de 140 quilos eram de maconha e o restante era de outros produtos proibidos, como sementes de maconhas.
Segundo o delegado Sérgio Mori, da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, o entorpecente chega ao Brasil de países vizinhos, principalmente da Bolívia, e quanto mais a droga se afasta da fronteira e entra no país, mais cara fica, já que o transporte encarece o produto por ser de alto risco. Por este motivo, a PF estima que em média a cocaína seja vendida a R$ 14 mil o quilo.
O delegado lembra que a última incineração feita em Mato Grosso ocorreu em outubro de 2016. Na época foram destruídas cerca de 2,5 toneladas de entorpecentes, sendo a maior parte a cocaína. “Em 2017 tivemos apreensões de grandes quantidades de droga, em menos de 10 meses já superamos em meia tonelada de entorpecentes apreendidos. Mato Grosso acaba sendo um corredor de passagens dos traficantes, principalmente dos de cocaína. As modalidades mais comuns do tráfico são o aéreo, com aviões monomotores, e em caminhões de carga”, destaca.
Um exemplo do trabalho da PF foi a apreensão de uma aeronave com carregamento de 240 quilos de cocaína ao abastecer em aeroporto de Juara (300 quilômetros de Sinop) no dia 22 de agosto. Piloto, proprietário do avião e passageiro boliviano foram presos em flagrante por tráfico internacional de drogas.
Houve ainda a parceria com uma empresa do Distrito Industrial que disponibilizou a fornalha e 5 profissionais para a queima da droga. Representantes da Anvisa e da Polícia Judiciária Civil também estiveram presentes. A queima começou por volta das 8h e prosseguiu até perto do meio-dia.