A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, há pouco, a Operação Ludificatum, para cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão contra investigados envolvidos em fraudes em concursos públicos realizados em diversos Estados e as ordens judiciais são cumpridas em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
São investigadas duas empresas pertencentes a familiares, que organizaram concursos públicos com suspeita de fraudes em diversos municípios do país, com diversas irregularidades que comprometem a lisura dos processos.
Nos endereços físicos cadastrados nos sites e registros oficiais das empresas investigadas funcionam outras empresas, o que reforça questionamento sobre o processo de elaboração, impressão e correção das provas. Os documentos e depoimentos mostram que, por vezes, a contratação dessas empresas está ligada a uma rede de favorecimento envolvendo familiares e associados, o que pode caracterizar a manipulação de concursos e prejudicar candidatos que participaram de forma legítima. Também foi constatado que muitas questões das provas eram idênticas entre as duas empresas, indicando o compartilhamento de banco de dados.
A investigação teve origem em denúncia formalizada pela Unidade de Controle Interno do de Ribeirão Cascalheira, que apontou irregularidades no concurso 01/2024 realizado pela prefeitura incluindo suspeitas sobre o processo licitatório, curto prazo para executar o concurso violando disposição legal, contratação com dispensa de licitação e favorecimento na aprovação de diversos candidatos ligados ao poder público.
A assessoria da Polícia Civil acrescenta que, um boletim de ocorrência de 2020 em Caiapônia (GO), onde uma empresa teria tentado coagir concorrentes da licitação oferecendo dinheiro para desistência, e outro registro em 2021 no município mato-grossense de Gaúcha do Norte, onde houve confusão na aplicação do concurso para auditor interno, gerando dúvidas sobre a validade do certame.
Em Jaciara (160 km de Cuiabá)a suspeita de fraude foi identificada no processo licitatório para contratação de empresa organizadora, indicando direcionamento do certame para uma das empresas envolvidas, ambas pertencentes a parentes.
O delegado de Ribeirão Cascalheira, Diogo Jobane Neto, responsável pelas investigações, explica que a ausência de garantias mínimas como “a falta de uma banca examinadora legítima, ausência de endereço físico, associadas a uma série de outras falhas e irregularidades, como ausência de registros de empregados, levantou dúvidas sobre a idoneidade da empresa, que não comprovou sua capacidade técnica para realizar concursos públicos e sequer informou quem seriam os profissionais responsáveis pela elaboração e aplicação das provas, comprometendo a confiança no processo”, disse o delegado.
Em instantes mais detalhes
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