A Polícia Judiciária Civil deflagrou há pouco, uma ofensiva contra um esquema de corrupção que estaria ocorrendo na 2ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Cuiabá. Cinco mandados de prisão temporária (cinco dias prorrogáveis por mais cinco) estão sendo cumpridos.
Foram expedidos pela 8ª Vara Criminal contra duas escreventes da vara, sendo uma a chefe do cartório e dois estagiários e também contra uma ex-escrevente. As duas estariam cobrando pelo andamento de processos de concessão de benefícios.
A operação batizada de “Têmis” – deusa grega da Justiça – culminou na desarticulação de um esquema que cobrava dinheiro de ex-detentos e presos, objetivando o trâmite de ações criminais dentro da vara. A ex-servidora intermediava as cobranças junto aos ex-presidiários e presidiários que buscam o livramento condicional. Ela informava aos detentos o preço para agilizar os processos dentro da vara.
O esquema visava cobrança de propina para tramitação de processos de execução de penas. Para que os cálculos de penas e benefícios concedidos aos reeducandos fossem computados, a chefe do cartório exigia dinheiro pelo serviço que é obrigação da Justiça. “Os processos ficavam parados na escrivania, não tramitavam”, explica o delegado Gerson Vinícius, coordenador de Investigações Especiais da Polícia Civil.
A ex-escrevente deverá retornar à cadeia. Uma equipe da Polícia Civil está neste momento, no município de Santo Antônio de Leverger, preparada para cumprir a ordem de prisão contra ela.
O delegado Gerson Vinícius, ressalta que as investigações iniciaram a pedido da Corregedoria do Tribunal de Justiça e tiveram início há dois meses. Todo o processo investigativo que eclodiu na operação foi coordenado pelo diretor de Atividades Especiais Adriano Rúbio e as prisões coordenadas pelo delegado Gerson Vinícius e executadas pela equipe de policiais da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil.
Os presos serão encaminhados à sede da Polícia Judiciária Civil, em Cuiabá.