As investigações da operação "Alexandria", deflagrada hoje, pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, da Polícia Civil, já identificaram o desvio de mais de R$ 1,5 milhão, em projetos culturais, da Secretaria de Estado de Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura, referente aos anos de 2012, 2013 e 2014. Para a operação, a justiça decretou 34 mandados judiciais, sendo 25 de prisões temporária, 7 de buscas e apreensão e 2 de condução coercitiva. Os alvos são pessoas que apresentaram projetos culturais e se beneficiavam com as fraudes.
A operação está sendo feita por 40 policiais da Delegacia Fazendária e das Delegacias de Policia de Primavera do Leste, Nova Monte Verde, São José dos Quatro Marcos, Mirassol D Oeste e Paranatinga. Houve 22 prisões até agora e são considerados 'laranjas' que ganhavam percentuais para participar dos esqueimas. Foram expedidos 25 mandados. Dois conselheiros estaduais de Cultura são investigados.
Entre os envolvidos está um conselheiro da Secretaria de Estado de Cultura e sua esposa. Todos vão responder por crimes de bando ou quadrilha, peculato desvio, ameaça, crimes contra a fé pública e lavagem de dinheiro.
O inquérito policial foi instaurado em abril deste ano, com denúncia encaminhada pela então secretária de Cultura do Estado, Janete Riva, e apuram fraudes e desvios de recursos públicos obtidos por meio do Programa de Apoio à Cultura (Proac), da Secretaria de Cultura do Estado de Mato Grosso, apresentados nos anos desde 2012.
Segundo delegado que preside as investigações, Gianmarco Paccola Capoani, foram analisados 541 projetos culturais, sendo 337 da Secretaria de Cultura de Mato Grosso, com movimentação total de R$ 15 milhões de recursos do Proac, dos quais a Polícia Civil identificou irregularidades em 49 projetos.
Na Secretaria de Cultura da capital, foram analisados 204 projetos com aproximadamente R$ 3,5 milhões em recursos públicos envolvidos. Destes 204, 08 apresentaram irregularidades. "O valor aproximado de desvio de recursos públicos nas duas pastas ainda está sendo apurado, mas já se aproxima de um milhão de reais", disse o delegado.
As duas secretarias colaboraram nas investigações no fornecimento de documentos e projetos culturais. O delegado informou que há fortes indícios da existência de uma quadrilha que tem com "modus operandi" a captação de pessoas “laranjas” e subsequente “montagem” de projetos culturais “frios”, seguindo-se de seus respectivos pagamentos pelos cofres públicos a estas “laranjas”, que por sua vez repassam quase a totalidade dos valores aos líderes do bando, os quais contam ainda com o apoio de familiares para lavar o dinheiro.
A operação leva o nome da cidade egípcia Alexandria, uma das cidades mais importante do mundo, fundada por Alexandre, o Grande. A cidade é considerada o celeiro da cultura e onde está a maior biblioteca do mundo, a Biblioteca de Alexandria.
A informação é da assessoria.
(Atualizada às 17h35)