A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou hoje a Operação Porta 67, para cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão domiciliar com alvo em um grupo criminoso voltado para prática do chamado golpe da portabilidade telefônica. São cumpridas as ordens judiciais em Cuiabá e Várzea Grande.
As ações do grupo envolvem uso indevido de acessos internos das operadoras, aquisição e descarte de chips, além do uso de logins legítimos para burlar os mecanismos de segurança das empresas de telefonia. Os crimes praticados resultaram em prejuízos não apenas à vítima principal, mas representam um grave risco à segurança digital de autoridades públicas e cidadãos em geral, apontou a polícia.
As investigações iniciaram em maio de 2023, após uma autoridade política do Estado de Mato Grosso do Sul ser vítima do golpe. A vítima perdeu o acesso à sua linha telefônica após o número ser transferido indevidamente para outra operadora de telefonia, mediante uso fraudulento de seus dados pessoais.
Com a constatação de que os fatos ocorreram em Várzea Grande, o inquérito inicialmente instaurado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi encaminhado à Polícia Civil de Mato Grosso, para apuração dos crimes de estelionato tentado e associação criminosa, cujas penas dos crimes, somadas, pode ultrapassar os seis anos de reclusão.
Durante a apuração, foi constatado que a portabilidade indevida foi solicitada junto à operadora por meio de ligação ao canal interno. A chamada partiu de um número registrado em nome de uma ex-funcionária da empresa de telefonia, que se autenticou indevidamente com as credenciais da vendedora de uma loja autorizada em um shopping de Várzea Grande.
O chip utilizado para habilitar a linha objeto da portabilidade havia sido inicialmente ativado por outra investigada, que realizava, junto a um comparsa, compras sistemáticas de grandes quantidades de chips pré-pagos, os quais eram cancelados e reaproveitados em fraudes.
“As diligências realizadas revelam um modo de atuação articulado e tecnicamente estruturado, com uso de ferramentas internas das operadoras e divisão de tarefas entre os envolvidos. O foco na prevenção e repressão a crimes cibernéticos e digitais é essencial diante da crescente sofisticação dessas práticas criminosas”, destacou o delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli.
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