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Polícia de MT conclui que mãe matou bebê e avô enterrou

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O lavrador Arlindo Martins dos Santos, 43, e sua filha, de 17 anos, serão indiciados pela morte do bebê que ela deu à luz no domingo (13), na comunidade quilombola Mutuca, em Santo Antônio do Leverger (42 km ao sul de Cuiabá). As informações são que uma das tias afirmou à polícia que encontrou a criança morta, com o pano na boca, no meio da mata, dentro do sítio da família.

O avô da criança foi o responsável por enterrar o cadáver, junto com a filha mais velha, de 18 anos, segundo depoimentos dos próprios acusados e de parentes prestados à polícia. Por conta disso, eles serão indiciados por ocultação de cadáver, cuja pena, caso sejam condenados, pode variar de 2 a 8 anos de reclusão. Já a adolescente, deverá responder pelo crime de infanticídio com requintes de crueldade. Trata-se de homicídio praticado contra criança nos primeiros anos de vida e que pode chegar até 8 anos de reclusão, caso haja condenação.

O coordenador geral de Medicina Legal da Perícia Técnica Oficial do Estado (Politec), Jorge Caramuru, afirmou que as radiografias do cadáver foram analisadas ontem. “Não apresentaram nenhuma fratura”.

Elas corroboram a necropsia, realizada na última quarta-feira e que não encontrou sinais aparentes de violência interna e externa na criança.

De acordo com o médico legista, as lesões ocasionadas por sufocamento não são visíveis em cadáver com estado avançado de putrefação. “Pode realmente ter acontecido isso e a gente não encontre, justamente por conta desse estado”.

O exame de histopatologia, que é mais específico sobre as reações ocorridas no organismo, deverá ficar pronto dentro de 20 dias, segundo ele.

A polícia passou a investigar o fato na última terça-feira (15), após uma denúncia anônima registrada na delegacia da cidade. O próprio avô desenterrou a criança. À polícia, ele informou que a adolescente havia enterrado o cadáver sozinha e depois contou a ele a localização.

A criança, uma menina que aparentava ter entre 8 e 9 meses, estava com todos os membros formados. Ela ainda estava com o cordão umbilical.

Quando questionada pelo Conselho Tutelar da cidade, sobre sua gestação, a jovem afirmava que estava grávida de apenas 4 meses.

À família, ela escondeu durante todo o tempo o fato, por meio de roupas largas. Uma prima afirmou que desconfiou, mas acreditava nela por que sempre foi meio “cheinha”.

Todos responderão pelos crimes em liberdade, já que não houve o flagrante. Arlindo Martins chegou a ser preso por posse ilegal de arma, que estava em seu sítio sem documentação, mas foi liberado assim que pagou fiança.

O namorado da adolescente, que chegou a ser visto com ela um dia antes do crime, é considerado foragido pela Polícia, segundo informações repassadas à Gazeta. Ele foi intimado para prestar esclarecimentos na última quinta-feira, mas fugiu de sua residência quando avistou a viatura.

Agora, a Polícia Civil vai solicitar um mandado de condução coercitiva para que ele seja levado até à delegacia.

 

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